Luís Inácio Lula da Silva | Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (29) a união de países latino-americanos durante entrevista coletiva de imprensa ao lado do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O venezuelano foi o primeiro presidente convidado a chegar ao Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela já confirmaram presença.

“A América do Sul precisa trabalhar como bloco. Não é possível um país sozinho resolver seus problemas, que perduram centenas de anos. Não dá pra imaginar que, sozinho, um país vai resolver os seus graves problemas que já perduram mais de 500 anos Estamos há 500 anos sempre lidando com a pobreza”, afirmou o presidente brasileiro.

“Se estivermos juntos, somos 450 milhões de pessoas. Nós temos um PIB de quase US$ 4,5 trilhões. Como bloco, podemos negociar com muito mais força. A gente tem força no processo de negociação e é por isso que esse momento [cúpula] é importante”, acrescentou Lula. “A América do Sul precisa trabalhar como bloco. Não dá pra imaginar que, sozinho, um país vai resolver os seus graves problemas que já perduram mais de 500 anos”, defendeu o presidente brasileiro.

A partir desta terça-feira (30), os chefes de Estado de países da América do Sul se reúnem em Brasília, no Palácio Itamaraty. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos. É uma oportunidade para a reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região.

“O principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), na última sexta-feira (26).

Embora o governo brasileiro evite apontar uma proposta específica, há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.

Ao lado de Maduro, Lula foi incisivo na importância da retomada das relações entre os dois países. “Nossa relação comercial já teve um fluxo de 6 bilhões de dólares, hoje é de 2 bilhões. Isso é ruim para a Venezuela e para o Brasil. Mas a relação entre nossos países também pode ser cultural, econômica, de troca de ciência e tecnologia, no combate ao narcotráfico em nossas fronteiras”, disse Lula.

“O preconceito com a Venezuela é muito grande. Na campanha, havia muitos discursos contra a Venezuela. Diziam que o Brasil iria virar Venezuela, enquanto, na verdade, só queremos que o Brasil seja Brasil”, acrescentou o presidente brasileiro.

Fonte: Página 8