STF tem maioria para tornar réus mais 200 golpistas; total chega a 300
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou, até esta quinta-feira (27), para tornar réus mais 200 denunciados pelos ataques golpistas promovidos por bolsonaristas no dia 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes. Com isso, já são 300 os investigados que responderão pelos crimes cometidos. A sessão virtual que analisa esses casos se estende até o terça-feira (2); até agora, seis ministros votaram, de um total de dez.
Os ministros que já apresentaram seus votos são o relator, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cármem Lúcia, Luiz Fux, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Faltam ainda as manifestações da presidenta da Corte, Rosa Weber, Nunes Marques, André Mendonça e Gilmar Mendes.
Quando o julgamento tiver sido finalizado, os acusados passarão a responder a uma ação penal. Em seguida, Moraes vai analisar a manutenção da prisão dos acusados que ainda permanecem detidos.
Pesam sobre esses bolsonaristas crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
As ações em curso dividem os acusados em executores materiais e autores intelectuais. Compõem o primeiro grupo 100 pessoas presas nas sedes dos Três Poderes no dia 8. Já no segundo grupo, formado pelos incitadores e julgado agora, estão os golpistas presos no dia 9 de janeiro no acampamento instalado me frente ao quartal do Exército. Até o momento, não houve denúncias relativas aos financiadores e políticos suspeitos de apoiar os atos, nem autoridades que deveriam ter zelado pela segurança em Brasília.
No dia 24, na primeira votação sobre o caso, a Corte aceitou denúncia e tornou réus outros 100 investigados pela participação nos atos. O STF também anunciou, na quarta-feira (26), a realização de sessão extraordinária para analisar novo grupo de golpistas, por meio de sessão virtual a ser realizada a partir da meia-noite do dia 3 de maio até às 23h59 do dia 8. Com essa leva, as denúncias somam 550 até o momento.
Ao todo, dos 1.406 detidos pelos ataques, seguem presos 181 homens e 82 mulheres. Outros 27 homens e quatro mulheres foram presos em operações policiais posteriores.