Rodrigo Pacheco, presidente do Senado | Foto: Felipe Ferugon/LIDE

Em discurso feito, nesta quinta-feira (20), na abertura do Lide Brazil Conference, em Londres, o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a “redução imediata” da taxa de juros.

Alvo de críticas do governo e do PT por não reduzir a taxa de juros, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que estava na plateia, também ouviu muitas críticas do presidente do Senado.

“Continuo defendendo a autonomia do Banco Central, mas precisamos encontrar um caminho para a redução imediata da taxa de juros. Esse é o desejo da economia e do mercado”, disse Pacheco.

O presidente do Senado disse, ainda, que é preciso atacar as “marolas e ruídos” que impedem a redução da taxa de juros.

Direcionado a Campos Netto, Pacheco disse que “nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13%”.

“A inflação, meu caro Roberto Campos Netto, contida. Nossa moeda estável. Agora, nós precisamos crescer o Brasil. E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13%”, afirmou Pacheco.

O presidente do Senado ainda afirmou que o controle do juro precisa de base técnica, mas também “sensibilidade política”. Ele compartilhou a fala do presidente Lula que usou o termo “marola” para definir os ruídos políticos de que não se pode interferir na gestão dos juros.

Em 2008, Lula disse que a crise econômica nos Estados Unidos, se chegasse ao país, seria uma “marolinha”.

“E esses ruídos, essas marolas, que têm prejudicado a redução da taxa de juros? Se há um problema temos então que atacar esse problema”, disse Rodrigo Pacheco.

Houve período de trégua de críticas públicas entre Lula e Campos Netto, mas durou pouco tempo. Com a taxa Selic em 13,75%, Lula prometeu não “ficar brigando” com o presidente do BC, mas cogitou alterar a meta da inflação.

A diminuição da Selic tem sido uma das prioridades do governo. O controle dos juros é fundamental para o desenvolvimento de programas sociais importantes do governo federal.

Assim como Lula, Pacheco também usou a palavra “obsessão” para definir o crescimento do país abaixando a taxa de juros.

“Há divergências naturais do Executivo e Legislativo, mas há algo que nos une: é a impressão, o desejo e a obstinação de reduzir taxa de juros no Brasil”, afirmou Rodrigo Pacheco.

Fonte: Página 8