Declaração de Acapulco diz que a nova agência será fator de integração regional na área da saúde | Foto: Reprodução

Para garantir o abastecimento de insumos de saúde para a região, representantes dos governos do México, Cuba e Colômbia decidiram criar nesta quarta-feira (26) a Agência Reguladora de Medicamentos e Dispositivos Médicos da América Latina e Caribe (Amlac).

A “Declaração de Acapulco” destaca que a agência será um mecanismo “para contribuir à integração regional através da harmonização e da convergência na regulação sanitária, em favor do acesso a medicamentos e dispositivos médicos seguros, eficazes e de qualidade”.

O documento foi subscrito pelos titulares da Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (Cofepris) do México, Alejandro Svarch; do Centro para o Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed) de Cuba, Olga Jacobo; e do Instituto Nacional de Vigilância de Medicamentos e Alimentos (Invima) da Colômbia, Mariela Pardo.

O fato, denunciou Alejandro Svarch, é que “os países da América Latina e do Caribe continuam desarticulados”, sendo necessário romper uma lógica que “perpetua a dependência da região do comércio com as grandes potências, que buscam manufaturas e matérias-primas de baixo custo e, ao mesmo tempo, colocam seus produtos em nossos países impondo preços que lhes garantem grandes lucros”.

Diferente deste atraso, assinalou o ministro mexicano de Saúde, Jorge Alcocer, a nova agência regional vem para “nos aproximar da autossuficiência sanitária e garantir o acesso de medicamentos e dispositivos médicos na região”.

A diretora do Centro cubano apontou que “se fortalecerão os mecanismos para a harmonização e o reconhecimento das regulações a fim de conseguir que o registro de um medicamento ou dispositivo médico aprovado pela agência seja reconhecido pelos demais países membros”.

A representante do Instituto Nacional da Colômbia convocou “a todos os países do continente a se somarem nesta iniciativa, a trabalhar juntos pela segurança sanitária da região”, porque a luta pela proteção da vida não pode ser levada de maneira individual.

Também participaram do evento os embaixadores dos países signatários, mais Honduras, e o coordenador da presidência pró-tempore da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), Douglas Slater.

Com a finalidade de consolidar a nova agência, as lideranças sanitárias dos três países voltarão a se reunir nos próximos meses nas diferentes capitais, para potencializar a iniciativa.

Conforme resumiu o mexicano Alejandro Svarch: “trata-se de construir um mundo mais comunicado; não para competir, mas para colaborar; não para que a indústria farmacêutica lute até a morte para posicionar seu produto, mas para que avancemos juntos na proteção da saúde de nossos povos”.

Fonte: Papiro