Manifestantes tomam as ruas de Praga contra envio de armas à Ucrânia
Uma multidão se manifestou no centro de Praga, no domingo (16), denunciando que o governo da República Tcheca está desviando recursos para a Ucrânia na guerra por procuração contra a Rússia, em vez de enfrentar a crise energética e a alta inflação que assola a população do país.
O protesto, com o nome de “República Tcheca Contra a Pobreza”, foi liderado pelo partido Lei, Respeito, Profissionalismo (PRO), que também denunciou o atual primeiro-ministro do país, Petr Fiala, por suprimir a liberdade de expressão. Os mais de 40 mil manifestantes exigiram que as autoridades defendam e facilitem a paz na situação ucraniana, em vez de “envolver gradualmente o estado tcheco na guerra”.
As pessoas que se reuniram na Praça Wenceslas, no centro da capital, seguravam cartazes com inscrições como “Fora Otan”, “Não à guerra” ou “Governo e mídia mentirosos”.
A renúncia do governo foi a exigência expressa à multidão pelo advogado Jindrich Rajchl, ex-vice-chefe da associação de futebol tcheca e líder do PRO, considerando a ministra de Defesa, Jana Cernochova, “o maior risco de segurança para o país” por ser uma defensora da posição pró-Ucrânia. Praga forneceu armas pesadas à Ucrânia, incluindo 89 tanques, e apoiou as sanções econômicas impostas à Rússia pela União Europeia.
Rajchl afirmou que o grupo que lidera está pronto para intensificar ainda mais os protestos e pede também que o governo pare de tomar medidas destinadas a reduzir a informação e promover notícias falsas e exigiu medidas para combater o custo de vida que aumentou para a maioria dos tchecos. Até 70% das famílias foram forçadas a recorrer a grandes medidas de austeridade, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Median em março.
“O objetivo desta ação é chamar a atenção do Governo para a situação financeira dos cidadãos em rápida deterioração, com a população afeada pelo aumento dos preços da energia, produtos, combustível para viaturas e serviços”, destacou o portal do PRO.
Uma manifestação antigovernamental semelhante foi realizada no mês passado. Mais de uma dúzia de pessoas foram presas e confrontos com a polícia começaram naquele evento.
Dirigindo-se à multidão, Jaroslav Foldyna, parlamentar do partido Liberdade e Democracia Direta, que também aderiu ao protesto, disse que “o governo precisa ir embora antes que destrua o país”.
Fonte: Papiro