Linhas de trem privatizadas têm três vezes mais falhas
As falhas constantes nos trens de São Paulo que são administrados pela iniciativa privada têm chamado a atenção nos últimos meses e alarmado a população quanto à possibilidade de privatizações de novas linhas ou mesmo de outras companhias públicas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem como umas de suas principais propostas de gestão a privatização da Sabesp e a possibilidade do caos que já chegou aos “trilhos” do estado se expanda para as linhas operadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) – empresa pública controlada pelo governo paulista- , e outros serviços públicos, causa preocupação.
Levantamento feito pelo UOL indica que a Linha 8-Diamante e 9-Esmeralda tiveram 16 falhas neste ano (até 11 de abril). Os ramais são operados pela empresa privada ViaMobilidade.
A ‘campeã’ de falhas é a Linha 9-Esmeralda da Via Mobilidade, com 12, seguida pela Linha 8-Diamante da Via Mobilidade, com 4 falhas.
É destacado que houve descarrilamentos, em 16 de janeiro e 30 de março, próximos às estações Júlio Prestes e Lapa (ambas da Linha 8), uma situação grave que coloca em risco passageiros e funcionários da empresa.
No mesmo período as linhas públicas da CPTM (7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade) tiveram apenas 5 registros.
Procurada pela reportagem, a Via Mobilidade informou que “vem investindo em melhorias nas linhas 8-Dimante e 9-Esmeralda desde o início da concessão em janeiro de 2022”. Já o Governo do Estado informou que “os contratos de concessão preveem diversas obrigações e deveres das cuidadoras para garantir o desempenho e a qualidade na prestação de serviço”.
Com estes números, a justificativa de Tarcísio de melhoria dos serviços públicos por meio da privatização é falha, pois quem continua a prestar um serviço com mais segurança e baixo índice de falhas é o serviço público, ainda que se possa melhorar com mais investimentos – negados ao longo das últimas décadas.