General Igor Kirilov, chefe das Forças de Proteção Radiológica, Química e Biológica da Rússia | Foto: PL

A Ucrânia está preparando uma ação deliberada em larga escala destinada a desacreditar a Rússia na arena internacional, afirmou o Ministério da Defesa da Rússia neste sábado (8), destacando que Kiev planeja encenar um ataque com armas químicas para culpar as tropas russas.

“Para desviar a atenção da comunidade internacional dos numerosos crimes de guerra cometidos pelo exército ucraniano e militantes de formações fascistas divulgados pela ONU, o regime ucraniano planejou uma campanha especial de [des]informação”, frisa um comunicado publicado no canal Telegram de Defesa.

Assim, segundo os dados do Ministério, para realizar a encenação, nas últimas 2 semanas os ucranianos prepararam uma suposta “primeira linha de defesa das Forças Armadas da Ucrânia na área de contato com as tropas russas”, na região de Sumy, no nordeste do país.

Em seguida, eles planejam colocar nas “supostas posições ucranianas” cadáveres e restos de soldados ucranianos mortos e anunciar que eles morreram “como resultado de serem atingidos por munição de artilharia ‘russa’ carregada com ‘substâncias venenosas’”.

Segundo o Ministério, as autoridades ucranianas planejam submeter essa área e os restos mortais dos militares a uma substância venenosa, o que permitirá que representantes convidados de países ocidentais “documentem o suposto uso de ‘armas químicas’ pelas Forças Armadas russas”.

Além disso, os serviços especiais ucranianos foram instruídos a preparar e publicar nas redes sociais falsas interceptações de rádio de supostas discussões dos militares russos sobre a preparação de armas desse tipo, assinala.

“De acordo com a intenção do regime de Kiev, esta provocação permitirá lançar outra campanha para desacreditar a Federação Russa na mídia ocidental, bem como tentar iniciar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU com acusações contra o lado russo”, conclui o comunicado.

A acusação contra a Rússia não é à toa. Quando os EUA retomaram um programa de construção de biolaboratórios na Ucrânia e estão expandindo o formato de treinamento para biólogos ucranianos, é importante desenvolver ações diversionistas.

“Apesar de uma pausa forçada devido à operação militar especial, as atividades do programa já foram retomadas. As principais tarefas nesta fase são continuar a construção de biolaboratórios na Ucrânia e ampliar o formato de treinamento dos biólogos ucranianos”, explicou o chefe das Forças de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas Russas, Igor Kirilov em uma sessão informativa.

Segundo Kirilov, os fatos revelados pelo Ministério da Defesa da Rússia sobre as atividades militar-biológicas na Ucrânia obrigam Washington a se esforçar para esconder a verdadeira natureza do trabalho. Ele destacou que, para isso, os EUA mudaram o nome do programa Investigação Biológica Conjunta, cujo real objetivo é desenvolver componentes de armas biológicas. Agora é chamado de Investigações de Monitoramento Biológico.

A denúncia aponta que o Pentágono financia projetos de uso duplo por meio de um sistema de subvenções, do qual participam o Centro de Ciência e Tecnologia da Ucrânia e o Centro Internacional de Ciência e Tecnologia.

“O objetivo do programa de redução de ameaças biológicas do Centro Internacional de Ciência e Tecnologia é proteger os Estados Unidos, suas forças armadas e seus aliados. Isso confirma mais uma vez que Washington considera o espaço pós-soviético como um trampolim para a implantação de unidades militares da OTAN”, declarou.

Kirilov afirmou que o Pentágono continuará seu trabalho em biolaboratórios ucranianos e em outros lugares devido à resposta inarticulada da comunidade mundial e ao medo de desafiar Washington.

O especialista observou que o Departamento de Estado dos EUA preparou uma série de publicações nas quais tenta desafiar os fatos documentados sobre sua pesquisa biológica ilegal. Em 14 de março, o Departamento de Estado publicou em sua página da web um boletim acusando mais uma vez a Rússia de desinformação.

Fonte: Papiro