Peskov, porta-voz do Kremlin, rebateu delírio de Kuleba a serviço da expansão da Otan | Foto: Arquivo

“O mar Negro nunca será um ‘mar da Otan’. É um mar comum para todos os Estados costeiros que deve ser um mar de cooperação, interação e segurança. E deve ter segurança indivisível”, sublinhou o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov a repórteres, na quinta-feira (13).

A afirmação foi em resposta à declaração do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, que pediu para transformar o mar Negro em um “mar da Otan”, ao mesmo tempo em que fantasiava sobre a necessidade de sua desmilitarização.

“Chegou o momento de transformar o mar Negro no que o mar Báltico se tornou – um mar da Otan”, declarou Kuleba em uma conferência sobre segurança do Mar Negro em Bucareste, nesta quinta-feira.

Para confundir sobre as reais intenções do regime de Kiev na região, disse ainda o ministro ucraniano que “pedimos a desmilitarização do mar Negro para que países pacíficos e cumpridores da lei possam usá-lo no comércio e nas viagens”.

Prontamente a conversa mole de Kuleba foi desmontada por Peskov: “É claro que percebemos o engodo. A declaração em si é baseada em uma contradição, pois a Otan e a desmilitarização são conceitos que mutuamente se excluem”.

A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O presidente russo Vladimir Putin esclareceu que seu objetivo era “proteger as pessoas que foram submetidas a abusos, genocídio pelo regime de Kiev durante oito anos”.

Ele observou que a operação especial era uma medida forçada, a Rússia “ficou sem chance de fazer o contrário, existiam tais risco de segurança que era impossível responder por outros meios”.

Segundo Putin, há 30 anos que a Rússia vem tentando chegar a um acordo com a Otan sobre os princípios de segurança na Europa, mas em resposta, enfrentou mentiras cínicas ou tentativas de pressão e chantagem, enquanto a aliança, apesar dos protestos de Moscou, está em constante expansão e se aproximando das fronteiras russas.

A Otan – aliança bélica formada na Guerra Fria “para manter os americanos dentro [da Europa]; os russos, de fora; e os alemães por baixo” – expandiu-se na terça-feira (4) para 31 membros, ao ser oficializada a anexação da Finlândia ao bloco.

A expansão faz parte do processo desencadeado sob o pretexto da propalada “ameaça russa”, por sua operação especial contra a limpeza étnica no Donbass, uma agressão em curso desde o golpe em Kiev em 2014. A operação especial russa foi deliberada depois de por oito anos com a Ucrânia sabotando a pacificação possibilitada pelos Acordos de Minsk.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia advertiu que essa nova expansão da OTAN agravou a situação de segurança no norte da Europa, que durante décadas “costumava ser uma das regiões mais estáveis ​​do mundo”.

Fonte: Papiro