Foto: Divulgação/Ministério do Turismo

As festas juninas, que possuem grande sucesso em termos de público e repercussão econômica e turística no Brasil, foram oficialmente reconhecidas como manifestação da cultura nacional. A Lei nº 14.555 foi sancionada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e publicada no Diário Oficial da União (DOU), nesta quarta-feira (26).

A lei é proveniente do PL 943/2019, que foi aprovado no fim de março pelo Senado. O texto contou com o parecer da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE), que o aprovou em 2020, tendo relator o então senador Prisco Bezerra (PDT-CE). 

“Diversas características nacionais, regionais e locais foram sendo incorporadas, de modo que sua realização no Sul do país é diferente da que ocorre na Amazônia, não obstante a inegável presença de elementos comuns”, ressaltou Bezerra. 

No seu relatório, Bezerra destaca que, na Região Nordeste, as festas juninas “ganharam um vigor e uma dimensão impressionantes”, e que elas mobilizam pessoas do sul ao norte do Brasil, sendo considerada a segunda maior festa popular do país, perdendo apenas para o Carnaval.

Ele também cita “o cultivo de preciosas tradições, como por exemplo a variada e deliciosa comida à base de milho. Mas sobressaindo-se entre todas elas, está a música e dança do forró, gênero que teve sua expressão maior com o eterno Luiz Gonzaga, um pernambucano que sempre esteve, ao longo da vida, muito próximo do Ceará”, continuou Prisco Bezerra.

Estimativas do Ministério do Turismo mostram que os festejos movimentam cerca de R$ 3,4 bilhões por ano. Estados do Nordeste e cidades como Campina Grande, na Paraíba; Caruaru, em Pernambuco; e Mossoró, no Rio Grande do Norte, mobilizam mais de  R$ 300 milhões cada.

Além disso, as festas geram milhares de empregos, mobilizam a indústria hoteleira em todo o país e auxiliam na disseminação e preservação da cultura popular, através da culinária, grupos folclóricos, forró pé de serra, artesanato, decoração e literatura de cordel.

Origem

As festas juninas têm suas raízes na celebração católica europeia tradicional do mês de junho, desde o século 4. Elas eram inicialmente chamadas de festas joaninas, em homenagem a São João, o único santo católico a ser celebrado no dia de seu nascimento e não de sua morte. O catolicismo sempre celebrou os eventos cósmicos associados ao seu calendário litúrgico, e essa tradição é herdada da tradição judaica. Com o tempo, essas festas foram chamadas de festas juninas e até julinas.

No Brasil, desde o século 16, os evangelizadores jesuítas associaram as festas joaninas do solstício de verão (na Europa) às colheitas indígenas e adaptaram essas festividades ao nosso solstício de inverno (o oposto da Europa). 

Atualmente, as festas juninas são uma das mais expressivas manifestações culturais brasileiras, principalmente no Nordeste, e celebram três grandes santos: Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho). As comidas típicas, danças e enfeites usados ​​nas festas de hoje são uma combinação de elementos da cultura africana, europeia e indígena.

A riqueza cultural do evento é um dos fatores que levam os turistas a se renderem à festa que impulsiona a economia da região, informa o ministério.

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com informações de agências