Dono de mercado atacadista do DF é investigado por apoiar atos golpistas, mostra polícia
À medida que as investigações sobre o 8 de janeiro se aprofundam, vai-se descobrindo a rede de apoiadores que patrocinaram a intentona golpista. É o que aponta relatório da PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal).
Segundo esse relatório, Adauto Lucio Mesquita, dono do Melhor Atacadista, está entre os financiadores do acampamento golpista em frente ao QG (Quartel-General) do Exército em Brasília e que o empresário participou de atos para pedir intervenção militar no País.
Adauto Lucio é um dos intimados a depor na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Atos Antidemocráticos na CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal) e teve sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados, a pedido da PCDF.
O documento da corporação detalha que os sócios do Melhor Atacadista seriam patrocinadores de vários outdoors colocados no Distrito Federal em apoio ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Além disso, o empresário teria criado grupo de WhatsApp para arrecadar dinheiro para aluguel de lonas aos acampados em frente ao QG do Exército.
Segundo apuração, Adauto Lucio e sócios forneciam, semanalmente, alimentos e água para manifestantes golpistas acampados em frente ao QG local e também bancavam parte do pagamento pelos banheiros químicos instalados na Praça dos Cristais, no SMU (Setor Militar Urbano), em Brasília.
O acampamento foi montado logo depois que foi anunciada a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e durou até o dia seguinte dos ataques aos Poderes da República.
As informações revelaram que, quando o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes proibiu outdoors em favor de candidatos na eleição, Adalto e os sócios teriam orientado a empresa de propaganda a mudar as frases das publicidades para fazer referência à Copa do Mundo — em 2022 — e assim disfarçar o cunho político das mensagens, cujo teor, ficou evidente, eram em apoio ao ex-presidente.
Segundo o portal Metrópoles, a denúncia recebida pela corporação dá conta de que os empresários são radicais bolsonaristas e começaram a frequentar o acampamento em frente do QG do Exército em Brasília, bem como começaram a financiar a manifestação golpista no local, por meio do fornecimento de alimentos, água, banheiros químicos, tendas de lona e trio elétrico.
No relatório da PCDF, consta que Adauto Lucio de Mesquita figura como dono de 21 propriedades rurais, distribuídas entre as cidades de Planaltina (GO), Niquelândia (GO) e Luziânia (GO).
Apesar de não ser filiado a partidos políticos, o empresário doou R$ 10 mil para a campanha do então candidato Jair Bolsonaro (PL), nas eleições de 2022.