Armas dos EUA para a Ucrânia | Foto: Embaixada dos EUA

Jair Bolsonaro (PL) ficou inconformado com cobrança que Lula fez dos EUA para que a Casa Branca pare de estimular e fomentar a guerra na Ucrânia. O que o presidente brasileiro disse durante sua viagem à China não é nenhuma novidade. Biden está inundando a Ucrânia de armas. Bolsonaro tomou as dores do Pentágono e dos falcões da guerra porque é um puxa-saco explícito dos EUA.

Lula quer a paz e os EUA insuflam a guerra. A gestão de Joe Biden já enviou mais de 113 bilhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia nos últimos 11 meses, o que torna os Estados Unidos o principal provedor de armas, munições, tanques e demais materiais bélicos para Kiev. Se contar o que a União Européia (UE) também já mandou para a Ucrânia, no mínimo, esse valor dobra.

Lula cobrou que os Estados Unidos e União Europeia parem de enviar armas e também parem de falar em guerra e passem a falar em paz e em negociações para atingi-la. As declarações de Lula foram feitas em Pequim, no último fim de semana, onde o presidente brasileiro Lula foi recebido por Xi Jinping e por todo o governo chinês. O presidente brasileiro sugeriu a formação de uma espécie de “clube” de países pela paz.

Bolsonaro desdenhou. “Vexame para a política externa”, disse ele, inconformado com o sucesso da viagem de Lula à Ásia. O ex-presidente também mencionou Dilma Rousseff e João Pedro Stédile, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que acompanha Lula na viagem à China e aos Emirados Árabes Unidos.

“Da China, o cara acusa os EUA de incentivar a guerra. Diz também que o conflito, no momento, só está interessando a [Vladimir] Putin e a [Volodymyr] Zelensky. Lula, Dilma e Stédile, juntos, mais um vexame para a política externa brasileira”, continuou Bolsonaro, choramingando pelo Twitter. Tanto ele quanto Zelensky não passam de marionetes nas mãos do governo dos EUA e de seus planos de guerra.

A delegação com empresários, ministros, trabalhadores e parlamentares realmente foi bastante concorrida. Na primeira viagem, que teve que ser suspensa por conta da pneumonia de Lula, haviam 239 pessoas. Para Bolsonaro, a presença do MST na comitiva foi um sacrilégio. Se fosse ele, só levava na comitiva sua milícia rural e seus bate-paus.

A verdade é que Bolsonaro está com inveja porque quase não foi convidado para viagens internacionais. Depois de atacar a China e outros países, e de promover ajuda ao vírus da Covid, ele foi transformado num “pária” internacional.

Isolado, morre de ciúme da popularidade de Lula em todo o mundo. O fato é que, as poucas vezes em que viajou para fora, tanto ele como seus assessores e ministros, trouxeram a mala abarrotada de joias milionárias escondidas em mochilas.

Bolsonaro é puxa-saco não exatamente de Biden, mas do que existe de mais apodrecido naquele país, como Donald Trump, seu arquétipo adorador de armas e de golpes, tanto que chegou a dizer, sem provas, como sempre, que houve “fraude” na eleição do atual presidente norte-americano.

Segundo reportagem da Reuters, até mesmo o então diretor da CIA (agência de inteligência dos EUA) chegou a dizer a funcionários brasileiros que Bolsonaro deveria parar de questionar o sistema de votação americano.