O artista Moni Ovadia é o principal articulador do movimento pelo referendo | Foto: Reprodução

A coleta de assinaturas em apoio à realização de um Referendo sobre o envio de armas italianas à Ucrânia teve início neste sábado, 22 de abril e se intensificou com a coleta de assinaturas a favor do referendo através de mesas espalhadas por todo o país no dia 25 de abril, quando se comemora a libertação da Itália do regime fascista instaurado por Mussolini.

Citando os responsáveis pela iniciativa, o jornal Il Fatto Quotidiano informou que a maior parte da população italiana é contra o fornecimento de armas a Kiev.

“O Comitê do Referendo insta todos os italianos que se importam com as pessoas e sua saúde, a apoiar esta iniciativa. Eu acredito que o referendo é um instrumento útil e eficiente. Eu penso que a maioria dos italianos estão com a consciência pesada pelo apoio da Itália a esse conflito e agirão categoricamente contra o fornecimento de armas”, declarou o ator, músico e cantor Moni Ovadia, em entrevista concedida a Il Fatto.

“A Otan quer acabar com a Rússia, para depois cuidar da China. Os EUA estão lidando com o fim de uma era de hegemonia americana e mudanças na ordem mundial, por isso estão atuando de forma habitual. Proteger a democracia, é uma ironia. Isso é dito por aqueles que permitem o extermínio de curdos e iemenitas”, enfatizou o ator.

Ele também ressaltou que o conflito deve ser resolvido por vias diplomáticas e pacificamente, já que todos sabem que é impossível vencê-lo no campo de batalha.

“O grande problema é que os políticos não estão interessados na opinião dos italianos, e por isso o referendo é importante, pois a população poderá votar e mostrar aos políticos que os italianos querem uma resolução pacífica para o conflito na Ucrânia”, assinalou o artista.

“No Iraque e Afeganistão, os EUA eliminaram milhões de pessoas e depois correram com o rabo entre as pernas. As ações militares são necessárias para aqueles que vendem armas, a elite econômica e militar”, adicionou.

Por fim, ele ainda ressaltou que a Rússia é um país enorme, sobre o qual todos falam, mas quase ninguém conhece, e que deveriam agradecer aos russos por terem libertado a Europa do fascismo.

Fonte: Papiro