"Somos contra o ajuste fiscal do governo, que aperta os aposentados", denunciam os manifestantes | Foto: PIT-CNT

Manifestantes liderados pela Organização Nacional de Aposentados e Pensionistas do Uruguai (Onaipu) tomaram a frente da Torre Executiva, edifício sede da Presidência da República, no centro de Montevidéu, nesta sexta-feira (21) para protestar “contra o ajuste fiscal dissimulado pela reforma da Previdência”, exigir um aumento de 3% nos benefícios e melhores condições de vida.

Denunciando o “desrespeito e o abandono” a que vêm sendo submetidos pelo governo do presidente Luis Lacalle Pou, os representantes da entidade entregaram um documento ao mandatário em que assinalam a necessidade de que seja feito “já a partir de primeiro de julho”, a garantia de moradias dignas, um sistema integral de cuidados, assim como o fim da violência e dos maus-tratos aos idosos.

“Excepcionalmente, há mais de dois anos solicitamos por escrito a conversação, depois reiteramos e agora viemos à Torre Executiva reiterar o pedido de diálogo para discutir a pensão mínima. Afinal, os aposentados hoje passam fome porque não podem viver com dignidade pois ganham apenas 17.750 pesos (R$ 2.300) por mês”, declarou Sixto Amaro, secretário-geral da Onajpu.

O representante dos aposentados na direção do Banco de Previdência Social (BPS), Ariel Ferrari, reivindicou do governo espaços de participação e escuta das propostas dos aposentados e pensionistas, porque, se é certo que as pessoas agora vivem mais, é evidente “que queremos viver melhor” e para isso “devem existir políticas de atenção”.

A Onaipu condenou o desmantelamento pelo governo do Sistema Nacional de Cuidados e também do Plano Ibirapitá, que entregava um tablet para cada aposentado – e promovia a inclusão digital, facilitava e agilizava o acesso a direitos, melhorando a inserção, a participação e a equidade.

Além disso, respaldados com a força solidária da central PIT-CNT (Plenário Intersindical de Trabalhadores – Convenção Nacional de Trabalhadores), empunhando em alto a bandeira uruguaia, os manifestantes sublinharam a necessidade de fortalecer ações imprescindíveis como a Operação Milagre. Por meio deste convênio, Cuba oferece enfermeiros, médicos, oftalmologistas, anestesistas e técnicos altamente especializados para atender a população de diversos países. Em 15 anos, ressaltaram, a Milagre realizou mais de 100 mil intervenções cirúrgicas no Uruguai, país de cerca de três milhões e meio de habitantes.

O fato, explicitaram, é que justamente quando aposentados e pensionistas mais precisam debater suas pautas, “em três anos nunca nos deram sequer uma entrevista para atender nossas associações”. Diante do desleixo do governo, as entidades decidiram voltar às ruas no próximo 1º de Maio.

Fonte: Papiro