Regime de Zelensky decreta expulsão de monges cristãos de Kiev
O governo de Vladimir Zelensky deu prazo até o próximo dia 29 de março para o despejo dos monges da Igreja Ortodoxa canônica de Pechersk Lavra, “o Mosteiro das Cavernas”, em Kiev, por supostamente estarem atuando como agentes de Moscou.
Zelensky chega ao absurdo de denunciar os monges por suposta “destruição de locais sagrados ucranianos”.
“Esta semana também há um movimento para fortalecer nossa independência espiritual. Não permitiremos ao Estado terrorista qualquer oportunidade de manipular a espiritualidade de nosso povo, destruir nossos locais sagrados ou roubar objetos de valor deles”, declarou o presidente ucraniano em seu programa semanal.
Conforme Zelensky, que há pouco expulsou a Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica (UOC) de duas das catedrais acima do mosteiro, os reiterados abusos cometidos por seu governo são “totalmente legais”. Poucos dias depois da evacuação das duas catedrais, no início de janeiro, a Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU), criada pelo governo, foi autorizada a realizar serviços religiosos no local.
Em oposição às represálias do regime de Kiev, milhares de crentes estão marchando em defesa da integridade do santuário, elevando ainda mais a tensão e a proximidade de um confronto fratricida.
“A situação só piorou após as apreensões das igrejas ortodoxas e paróquias em toda a Ucrânia, pois planos foram adicionados para tirar o santuário principal do UOC – o Kiev-Pechersk Lavra”, protestou o representante permanente da Federação Russa nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, em uma reunião do Conselho de Segurança convocada para denunciar o agravamento da russofobia na Ucrânia.
Como parte da estratégia de perseguição e censura, na última sexta-feira (10), o Ministério da Cultura notificou os monges de que precisavam desocupar o mosteiro por supostamente terem violado o acordo de 2013, por meio do qual o Estado lhes permite administrar a reserva histórica dos cristãos ortodoxos. Fundado em 1051, o Mosteiro das Cavernas é considerado uma das sete maravilhas da Ucrânia e atração turística popular. Entre outras magistrais belezas arquitetônicas estão ali a Grande Torre de Lavra, a característica notável do horizonte de Kiev, catedrais, sistemas subterrâneos de cavernas e fortes muralhas de fortificação.
IGREJA AVISA QUE NÃO CUMPRIRÁ ORDEM DE DESPEJO
Os monges da UOC responderam que “não cumprirão a ordem”, afirmou o abade do mosteiro na segunda-feira (13). O chefe da igreja, Metropolitan Kliment, disse que a decisão é de caráter pessoal e carece de legitimidade legal.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, qualificou a política de Kiev de “inaceitável” e “absolutamente sem precedentes”. “Acreditamos que a comunidade mundial deve responder de acordo com uma decisão tão ultrajante”, enfatizou
Em carta enviada à Organização das Nações Unidas (ONU), sábado (11), o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, patriarca Kirill, alertou que o despejo “levaria a uma violação dos direitos de milhões de fiéis ortodoxos ucranianos”.
Fonte: Papiro
