"Educar é o verbo e nós somos a ação de conjugá-lo", afirmam professores | Foto: Fenapes

A volta às aulas desta segunda-feira (6) em Montevidéu, capital do Uruguai, foi marcada por uma paralisação de 24 horas dos professores contra a reforma deseducativa do presidente Luis Lacalle Pou. A paralisação de advertência foi feita para dialogar com pais e estudantes da educação inicial, primária e média, mobilizando centenas de milhares de crianças e adolescentes para barrar os sucessivos cortes no orçamento.

“O início dos cursos padece de deficiências substantivas e é um arrocho que se sintetiza em três eixos: o orçamentário, o pedagógico e o de direitos, que está longe de garantir um adequado começo de ano letivo”, alertou a Federação Nacional dos Professores do Ensino Secundário (Fenapes).

De acordo com a Federação, o governo deveria tentar defender sua inaceitável reforma do ensino “desde o nível pedagógico e não do propagandístico”, mas age assim por não ter argumentos e informações para convencer a sociedade. Em relação “à otimização do gasto” propalado pelo ministro da Educação, não é mais que uma pretensão vazia de resultados ao menor custo: cortes no investimento em infraestrutura, multiemprego e desemprego docente”.

Na avaliação de Emiliano Mandacen, dirigente da Fenapes, este é um início de curso muito complexo, pois se dá em meio ao “caos administrativo” devido às negligências que impactam negativamente nas condições de aprendizagem dos estudantes. Assim, enquanto há grupos de alunos que não terão professores, outras salas de aula estarão superlotadas.

Dando continuidade ao movimento, professores e estudantes anunciaram a ocupação de escolas nesta quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quando a central sindical PIT-CNT (Plenário Intersindical de Trabalhadores – Convenção Nacional de Trabalhadores) convocou uma greve em todo o país.

Fonte: Papiro