Foto: Reprodução/Twitter

Nesta quarta-feira (15), os trabalhadores eletricitários realizaram um ato público pela reestatização da Eletrobrás, em frente ao Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília.

O ato foi organizado pela Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e contou com a presença de movimentos sociais, lideranças sindicais dos eletricitários de todo o país, de parlamentares e de trabalhadoras e trabalhadores da Eletrobrás.

Durante o ato, os manifestantes entoavam palavras de ordem como “um, dois, três, quatro cinco mil, queremos a Eletrobrás para o povo do Brasil”. O objetivo, de acordo com o FNU, é apoiar as declarações públicas do presidente Lula, que classificou a privatização da Eletrobrás como “errática”, “crime de lesa-pátria” e “quase uma bandidagem”, bem como a Mensagem ao Congresso logo após sua posse em que reafirma o compromisso do governo de recuperar a Eletrobrás como patrimônio público.

A FNU denuncia que, após a privatização, a Eletrobrás apresentou prejuízo. Dessa vez, o prejuízo diz respeito ao 4º trimestre de 2022, que chegou a R$ 479 milhões. Este foi o 2º trimestre seguido em que a empresa apresenta prejuízo e, não por acaso, o 2º trimestre após a privatização.

“O segundo resultado negativo da empresa pós-privatização é apenas um dos muitos elementos que corroboram para a visão de que esta foi uma privatização desastrosa para o país […] Se já estava claro que a privatização foi um péssimo negócio para a população, em função do aumento do preço da energia elétrica e do abalo na segurança do abastecimento que ela provocará, agora fica claro que, mesmo para os investidores abutres, a privatização está sendo um mau negócio”, afirma a FNU em boletim.

A entidade ressalta também que o lucro de R$ 3,6 bilhões apresentado no ano de 2022 se deve, integralmente, ao período em que a Eletrobrás era ainda uma empresa pública e que a 3G Radar, maior acionista da empresa, está promovendo um verdadeiro desmonte de suas estruturas.

“No fim de 2022, a Eletrobrás promoveu a demissão de aproximadamente 2.500 trabalhadores por meio de um programa de demissão nem um pouco voluntário. […] E há um planejamento para a demissão de mais 1.600 trabalhadores a partir de maio de 2023. Com isso, a empresa que em 2020 tinha cerca de 10.500 trabalhadores passará, em poucos meses, a ter apenas sete mil. Ou seja, a gestão irresponsável da Eletrobrás quer demitir 4.100 trabalhadores em tempo recorde, colocando em risco a manutenção das nossas usinas e linhas de transmissão, tendo uma proporção de trabalhadores por MW em usinas e km de linhas de transmissão sem igual no mundo. Não pode dar certo!”.

A empresa chegou a anunciar a contratação de 800 novos trabalhadores, o que para a FNU se trata apenas de “uma manobra temerária, onde estão substituindo trabalhadores com muitos anos de experiência, conhecimento técnico acumulado e know-how, por outros que representam menos custos, para assim engordar os dividendos e os bônus dos administradores”.

“Em suma, a realidade da privatização mostra que em breve suas consequências maléficas em termos de qualidade dos serviços e preços ficarão cada vez mais óbvias para a população. Por isso, é cada vez mais urgente a luta pela reestatização da Eletrobrás e reiteramos nosso compromisso com essa luta, para que a Eletrobrás volte a ser uma empresa do povo e para o povo”, conclui a entidade.

Fonte: Página 8