Lula intensifica interlocução com estados e municípios
A retomada das relações entre o governo federal, estados e municípios tem sido uma das linhas prioritárias de atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe para viabilizar a reconstrução do país pós-Bolsonaro. Por isso, após conversas com chefes dos executivos estaduais, o governo tem procurado dialogar com prefeitos. Um dos principais focos do diálogo interfederativo tem sido a retomada de obras inacabadas e projetos a serem incluídos numa nova versão do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), previsto para ser lançado em abril.
Lula tem defendido que o governo deve impulsionar o crescimento do país através de investimentos em diversas áreas, como a de infraestrutura, como forma de gerar emprego e renda. “Não dá para ficar achando que o gostoso é guardar dinheiro. Dinheiro bom é dinheiro transformado em obras, na melhoria da qualidade de vida do povo, em saúde, educação e, sobretudo, emprego, que é o que dá dignidade ao povo brasileiro”, disse o presidente em reunião com ministros na sexta-feira (10).
Na ocasião, Lula disse ainda que “o PAC foi uma coisa extraordinária. Acho que foi o momento mais rico de investimento no país porque envolvia os governos federal, estaduais e municipais. Nós aprendemos que era importante que se transferisse dinheiro para a prefeitura que tem projeto”. No entanto, Lula defendeu que seja criado um programa renovado, atualizado de acordo com o momento vivenciado pelo país.
O presidente também salientou que o sucesso do PAC deve-se ao fato de o governo ter começado “ouvindo os governadores de cada estado; depois a gente ouviu milhares de prefeitos, e depois nós construímos um arcabouço de propostas de política de infraestrutura que foi fácil executar”.
Também na sexta-feira (10), Lula se reuniu com prefeitos. Na ocasião, além de anunciar o reajuste no valor do repasse à merenda escolar, o governo fez o lançamento da plataforma Mãos à Obra, um sistema de monitoramento que permitirá aos gestores locais atualizar quais são os empreendimentos paralisados ou inacabados que precisam ser retomados.
Conforme noticiou a Agência Brasil, o programa foi desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) em menos de 30 dias e tem o objetivo de indicar à União quais projetos devem ser retomados com mais urgência. A ferramenta auxiliará o governo federal a mapear e identificar as prioridades.
Deverão receber maior atenção projetos voltados à saúde, educação, ao esporte e à cultura. A lista também deverá conter unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida e projetos da carteira do Ministério das Cidades. As informações deverão ser incluídas pelos gestores locais no Mãos à Obra até o dia 10 de abril.
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi uma das marcas das gestões Lula e Dilma Rousseff, abandonado durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Criado em 2007, o PAC tinha como objetivos agilizar o crescimento econômico, aumentar o emprego e melhorar as condições de vida da população brasileira.