Centenas de livros exaltando apoiadores de Hitler, como Stepán Bandera e outros, foram encontrados nas bibliotecas | Foto: RIA/Novosti

Soldados da Guarda Nacional da Rússia (Rosvgardia) encontraram esta semana mais de 200 livros de extrema-direita, propagandistas do nazifascismo, durante uma visita preventiva a instituições educativas e bibliotecas da região de Kherson. Entre a literatura utilizada pelos ucranianos estão livros de notórios colaboradores com a invasão da Alemanha de Adolf Hitler à Ucrânia ao longo da Segunda Guerra Mundial.

“A maioria dos livros encontrados promoviam a ideologia do fascismo e do neonazismo. Entre as publicações se encontram as de Stepán Bandera e Román Shujévich, assim como livros sobre eles”, informou o serviço de imprensa da Rosgvardia.

Conforme a Guarda, numa escola de um dos assentamentos havia cerca de 50 livros “de conteúdo fascista”, enquanto na biblioteca central do mesmo local foram encontrados mais de 150 exemplares de publicações “que distorciam fatos históricos”. De acordo com o diretor da escola e o responsável pela biblioteca, a literatura procedia do Ministério de Educação e Cultura ucraniano.

A campanha anti-Moscou é bem orquestrada e vem de longa data. No ano passado, a TV ucraniana confirmou a destruição de 20 milhões de livros em russo, numa crescente e repugnante discriminação ao país, bem semelhante a que foi realizada pelos nazistas na Alemanha há quase 90 anos. “Tchaikovsky, Shostakovich, Rachmaninoff [compositores russos] são apagados dos cartazes de concertos… escritores russos e seus livros são proibidos”, condenou o presidente Vladimir Putin.

FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA

Em aberta falsificação da história, atualmente as autoridades ucranianas erguem monumentos a Bandera, promovem canções sobre os seus “feitos” e educam as novas gerações com sua “ideologia desprezível”, denunciou o ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, Scott Ritter. “Stepan Bandera é mau. Banderismo é a ideologia do governo ucraniano. Eles fizeram dele um herói nacional”, acrescentou o americano.

Transformando a Ucrânia em fronteira de agressão à Rússia, o presidente Volodymyr Zelensky tem investido mundos e fundos para apagar a verdade sobre os colaboracionistas de Hitler e vender a imagem de que eram verdadeiros combatentes pela liberdade. O fato é que Bandera foi o líder da Organização de “Nacionalistas” Ucranianos (OUN) e um dos principais promotores da criação do seu braço armado, o Exército Insurgente Ucraniano (UPA), cujo objetivo proclamava abertamente o genocídio de judeus, ciganos, poloneses, russos e comunistas.

Entre os inúmeros crimes perpetuados pela OUN-UPA está documentada a matança de civis em Volinia (oeste de Ucrânia) em 1943, além de milhares de ucranianos pelo simples fato de se negarem a ajudar os nazistas.

Também antigo líder da OUN-UPA, Román Shujévich foi declarado colaborador dos nazistas nos Juízos de Nuremberg.

Há anos a Rússia tem advertido que os grupos neonazistas representam a expansão de uma perigosa metástase em solo ucraniano, o que impulsionou Moscou a defender as comunidades russas da região do Donbass (Donetsk, Lugansk, Zaporizhia e Kherson).

A região de Kherson tornou-se um assunto da Federação Russa após o referendo no ano passado. Ao mesmo tempo, Kiev não reconhece sua legitimidade e, fortemente armada pelos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), continua bombardeando indiscriminadamente o território, multiplicando o assassinato de civis. Hoje, 75% da região de Kherson já está sob controle russo.

As descobertas das tropas russas são semelhantes em quase todos os territórios libertados pelos militares. Paralelamente, os historiadores publicam documentos recém-desclassificados sobre as ações dos fascistas alemães e seus cúmplices durante a Segunda Guerra Mundial. Recentemente, foi comprovado e publicado pela primeira vez que o 118º batalhão de polícia ucraniano, que destruiu a aldeia bielorrussa de Khatyn há 80 anos, foi formado pelos nazistas em outubro de 1942 em Kiev.

Com base numa série de documentos, na quarta-feira (22), a Duma da Federação Russa adotou um projeto de declaração “Sobre o genocídio dos povos da União Soviética pela Alemanha e seus cúmplices durante a Grande Guerra Patriótica de 1941 -1945”, ampliando a reflexão sobre o que ocorreu e exortando a população a se manter atenta e mobilizada.

Fonte: Papiro