Greve dos metroviários chega ao fim; gestão Tarcísio mostrou a cara
Os trabalhadores do Metrô de São Paulo decidiram encerrar a greve da categoria, iniciada à 0 hora de quinta-feira (23). Por margem estreita – de apenas 21 votos –, uma assembleia na manhã desta sexta-feira (24) aprovou a contraproposta feita pelo governo paulista. De acordo com o Sindicato dos Metroviários, foram 1.480 votos a favor do acordo e 1.459 contrários, além de 62 abstenções.
Com isso, os trabalhadores receberão um abono de R$ 2 mil, a ser pago até 14 de abril. A proposta também prevê o início das negociações de PR (participação nos resultados) e a não punição aos grevistas. Não haverá desconto por falta durante a paralisação.
O enfrentamento com os metroviários foi um dos primeiros testes da gestão Tarcísio de Freitas, que mostrou, enfim, sua cara. No início das negociações, o governo dizia não ter recursos para pagar o abono – o que foi desmascarado com a própria proposta da administração estadual.
Além disso, o governo ignorou a decisão da juíza Eliane Aparecida da Silva Pedroso, que aceitou o pedido do Sindicato para que o Metrô liberasse as catracas e, assim, não prejudicasse a população. Nas primeiras horas de greve, Tarcísio enviou ofício ao Sindicato e se manifestou até no Twitter para dizer que concordava com a “liberação total das entradas” – mas era jogo de cena.
As 10h18 de quinta, os trabalhadores e os usuários do Metrô foram surpreendidos com uma decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que proibia a catraca livre. O autor do pedido à Justiça era justamente o governo estadual, que tentava manipular a categoria pela frente, enquanto agia sorrateiramente nos bastidores. Devido à manobra, a juíza Eliane multou o Metrô em R$ 100 mil por prática antissindical.
Com o abono garantido, os metroviários partem, agora, para a negociação do acordo coletivo – a data-base é 1º de maio. “A proposta (de abono) é bem abaixo do esperado mas a categoria sairá fortalecida para a Campanha Salarial 2023”, informou, em nota, o Sindicato. “A categoria está indignada com o governador Tarcísio, que mentiu sobre a liberação da catraca livre e sobre não ter dinheiro para pagar o abono.”