Concentração de ferroviários tomou a frente da sede do parlamento grego | Foto: DW

Os trabalhadores ferroviários da Grécia decidiram manter as paralisações parciais para protestar contra o acidente em que um trem que transportava 350 passageiros, indo da capital para a cidade de Thessalonika, colidiu com um comboio de carga perto da cidade de Larissa, no centro do país, na madrugada de 1º de março.

As ações grevistas vão até esta quarta-feira (8): os trabalhadores exigem investimentos em segurança das ferrovias, atendendo à convocação dos sindicatos da Federação dos Trabalhadores Ferroviários (POS).

A Federação denunciou que o Ministério dos Transportes “encontra dinheiro para os vários empreiteiros, mas não para concluir a infraestrutura ferroviária e os sistemas de tráfego seguro!”

Segundo a entidade, o governo e as empresas agem como se a culpa seja de qualquer um, menos deles: “a culpa é dos fenômenos que são intensos e inundam a linha férrea, é culpa dos incêndios que deixaram toras queimadas, é culpa da neve, é culpa dos outros, é um pouco nossa culpa”, ironizam os ferroviários.

O Sindicato dos Trabalhadores da TRAINOSE (sigla da ferrovia ateniense), recebeu o apoio de outras entidades sindicais de trabalhadores que atuam na empresa ferroviária Hellenic Train, privatizada e desnacionalizada, decidiram continuar as ações de greve que já paralisam as principais vias de transporte desta segunda-feira (6).

HOMENAGEIA ÀS VÍTIMAS DA COLISÃO

“Uma grande concentração de trabalhadores foi realizada na Praça Syntagma [pátio diante do parlamento grego], após um apelo dos três sindicatos ferroviários helênicos e em memória dos que morreram no trágico acidente”, informa a Federação.

De acordo com os dados mais recentes, 57 pessoas perderam a vida no desastre e 85 ficaram feridas.

Jornalistas locais relataram pelo menos 10.000 manifestantes em Atenas. Ferroviários, sindicatos e órgãos públicos exigem que o Governo investigue minuciosamente as causas e circunstâncias da tragédia.

Como resultado, nenhuma rota suburbana ou de qualquer outro trem helênico será operada.

Na turbulenta situação que o país vive, outros sindicatos de transporte se juntaram às ações de protesto nestes dias. A Federação Marítima Panhelênica (PNO) está em greve em todas as categorias de navios que saiam do porto de Pireu, principal ponto de partida marítima do país.

Fonte: Papiro