"Demitam a criminosa Victoria Nuland", exige a líder CodePink Medea Benjamin | Foto: Baynard Woods

“Se as feministas permanecerem em silêncio ou apoiarem essa criminosa de guerra Victoria Nuland que emerge da era Bush, somente porque ela é mulher, ela pode simplesmente incinerar o mundo em um incêndio nuclear”, alerta a fundadora da organização CodePink e ativista pela paz, Medea Benjamin. A organização feminina lançou uma petição pela demissão de Nuland.

A organização Codepink também conclama as norte-americanas, a integrarem a luta contra o fomento da guerra na Ucrânia, chamando-as a participarem dos atos que ocorrerão nos dias 18 e 19 de março quando se completam 20 anos da invasão norte-americana ao Iraque.

Em artigo publicado pelo portal Common Dreams, a ativista pela paz e líder feminista se dirige ao governo Biden, levantando “uma demanda feminista: demita a criminosa de guerra Victoria Nuland”. O artigo é assinado também pelas companheiras da CodePink, Marcy Winograd e Melissa Garriga.

“Em vez de promover a diplomacia, Nuland [subsecretária de Estado no governo Biden] acende fósforos onde quer que ela se intrometa, agitou pela guerra no Afeganistão e agora na Ucrânia”.

Para Medea, o histórico da auxiliar de Biden “parece a ficha criminal de um criminoso de guerra”.

“Com drones já atacando a península da Crimeia e foguetes americanos de longo alcance a caminho, o esforço de Nuland para cruzar outra das linhas vermelhas traçadas por Putin apenas garante mais mortes, destruição e ecocídio na Ucrânia”.

Para as mulheres da Ucrânia, aquilo que Nuland provocou ao longo dos anos com a expansão da Otan – levou, além de mortes e destruição, ao aumento do tráfico sexual e aumento da violência de gênero, assinalou Medeia.

CRIMINOSA DE GUERRA

Nuland serviu como vice-conselheira de Segurança Nacional do vice-presidente Dick Cheney “de 2003 a 2005, durante a invasão e ocupação ilegal do Iraque pelos EUA, um capítulo doloroso na história dos EUA que deixou mais de um milhão de iraquianos mortos e milhares de soldados americanos retornando em sacos mortuários”, destacou Medea.

Em 2005, Nuland tornou-se “embaixadora na Otan, onde pressionou a Europa a participar da desastrosa ocupação americana do Afeganistão”, sob pretexto de ‘guerra ao terror’, mentira que levou à prolongação de quase 20 anos de uma ocupação “que deixou o Afeganistão falido, com seis milhões de crianças e adultos sob risco de morrer de fome”.

Em maio de 2013 – destaca o artigo -, Nuland foi nomeada secretária de Estado adjunta para assuntos europeus e eurasiáticos. “Nuland e a Casa Branca lançaram US$ 5 bilhões dos contribuintes na Ucrânia para derrubar seu presidente eleito democraticamente e arquitetar um governo de transição para privatizar a Ucrânia e preparar a guerra com a Rússia.”

Medeia acrescentou que Nuland “distribuiu doces durante o golpe da Praça Maidan, antes que o presidente Viktor Yanukovych fugisse sob uma saraivada de balas”, e depois foi flagrada comunicando quem Washington estava nomeando para encabeçar o governo saído do golpe.

“Ao telefone com o embaixador dos EUA Geoffrey Pyatt, Nuland foi secretamente gravada dizendo ‘F*** a UE’”. Mas, palavrões à parte, a profanidade mais flagrante, no entanto, foi “sua insistência em manipular os assuntos políticos de outro país para provocar a Rússia”.

“Nuland afirmou repetidamente que deseja desestabilizar outras regiões na vizinhança nuclear da Rússia: Bielorrússia e Cazaquistão, porque são muito amigáveis com a Rússia. O que os críticos dizem que ela realmente quer é uma mudança de regime na Rússia, um país de 193 milhões de pessoas, 150 diferentes minorias étnicas e 6.000 armas nucleares”.

“A missão de Nuland de sacrificar vidas ucranianas para retomar a Crimeia – anexada pela Rússia após o golpe de 2014 – pode arrastar outras nações europeias para o campo de batalha para iniciar a Terceira Guerra Mundial”, advertiu a líder do CodePink.

O artigo conclui chamando Biden a demiti-la e a nomear “um diplomata que abrace uma política externa feminista e, portanto, centrada na paz”.

Fonte: Papiro