Bolsonaro recebeu terceiro estojo de joias avaliado em R$ 500 mil
O caso dos “mimos” milionários dados ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) por autoridades árabes ganha a cada dia novos desdobramentos, demonstrando que a preocupação do ex-mandatário com a lisura nunca passou de mera retórica. O jornal O Estado de S.Paulo revelou que Bolsonaro recebeu um terceiro estojo de joias avaliado em R$ 500 mil e que caixas de presentes recebidas por ele e que não foram entregues à União ficaram guardadas na fazenda de um de seus mais fervorosos apoiadores, o ex-piloto Nelson Piquet.
Primeiramente, é preciso tratar sobre o terceiro conjunto ofertado a Bolsonaro que, segundo matéria publicada nesta segunda-feira (27), é composto por um relógio Rolex de ouro branco cravejado de diamantes, uma caneta Chopard, também com pedras incrustadas — bem diferente das Bics que Bolsonaro gostava de exibir em público como prova de sua suposta simplicidade — um par de abotoaduras que, para combinar, também era de ouro branco com brilhante e diamantes e um rosário árabe igualmente feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes.
Segundo apurado, o presente foi entregue pessoalmente a Bolsonaro em viagem que ele fez a Doha, no Qatar, e em Riad, na Arábia Saudita, em outubro de 2019. Ainda de acordo com o jornal, o presidente ordenou que os itens fossem levados para o acervo privado, o que teria comprovação documental, e que, posteriormente, as joias foram encaminhadas ao gabinete da Presidência. A defesa de Bolsonaro argumentou que os presentes teriam sido “devidamente registrados”.
Conforme noticiado, “há informações de que, como ocorreu com a segunda caixa de joias levada a Bolsonaro, esta possa estar entre os bens guardados na Fazenda Piquet”. A informação foi trazida em nova reportagem publicada nesta terça-feira (28) na qual é relatado que caixas de presentes recebidas por Bolsonaro durante seu mandato foram cuidadosamente guardadas em fazenda de Nelson Piquet, em Brasília, no final do ano, quando seu período na Presidência da República chegava ao fim.
“As informações apuradas pela reportagem mostram que houve o claro objetivo de Bolsonaro em ficar com os itens de maior valor, uma vez que apenas estes foram enviados para a propriedade de Nelson Piquet, enquanto outros itens, como cartas e livros, por exemplo, foram despachados para o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e a Biblioteca Nacional do Rio. Para estes itens, portanto, o entendimento foi que seriam bens do Estado brasileiro, enquanto as joias foram tratadas como bens pessoais”, escreveu o jornal.
(PL)