Militares russos ajudam pais e filhos a saírem de área de risco durante os combates em Mariupol | Foto: Aleksei Kudenko/Sputnik

A embaixada russa em Washington rechaçou na quarta-feira (15) “as declarações absurdas feitas pelo porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sr. Price, que acusou nosso país de ‘transferir e deportar à força crianças ucranianas para o território da Federação Russa’. A esse respeito, lembramos que a Rússia abrigou crianças que, junto com seus familiares, tiveram de fugir dos bombardeios e atrocidades das forças armadas ucranianas”.

A embaixada salientou que é feito de tudo “para garantir que os cidadãos menores de idade possam permanecer com suas famílias e, em caso de ausência ou morte de seus pais e parentes, também buscamos colocar os órfãos sob tutela. Nós garantimos a proteção de suas vidas e bem-estar.”

“Em vez de insinuações politizadas, seria melhor para o Departamento de Estado dos EUA fazer uma avaliação adequada das ações do regime de Kiev, nas mãos do qual crianças estão sendo mortas e feridas neste conflito. Somente no ano passado, 153 crianças foram mortas e 279 feridas no Donbass.”

Após ter passado uma semana fugindo de falar sobre o artigo de Seymour Hersh que revela que os EUA explodiram o Nord Stream 2, preferindo insuflar histeria e paranoia com histórias fantasiosas de balões espiões e “objetos não identificados” abatidos. Com o mesmo objetivo a mídia norte-americana e apêndices fizeram um estardalhaço sobre um relatório patrocinado pelo Departamento de Estado sobre ‘6 mil crianças e adolescentes ucranianos’ supostamente sequestradas pelas forças russas e ‘levadas para uma rede de campos de reeducação’ na Crimeia e outras regiões russas, de idades entre “quatro meses e 17 anos”.

Como Julian Assange e o WikiLeaks expuseram ao mundo, o Departamento de Estado é quase imbatível quando se trata de parcialidade e fabricação de mentiras. Afinal, a presença de um bebê de quatro meses em um ‘campo de reeducação’ só faz sentido para os russófobos mais desatinados.

O mesmo Mr. Price disse que o objetivo de Putin é roubar o futuro dessas crianças: “O sistema de realocação, reeducação e adoção forçada de crianças ucranianas é um elemento-chave do esforço sistemático da Rússia de negar e suprimir a identidade da Ucrânia, sua história e sua cultura.”

Como a ‘nova Ucrânia’ saída do golpe CIA-nazis de 2014 tem como “identidade” a exaltação do genocida de poloneses, judeus e soviéticos, Stepan Bandera, colaboracionista de Hitler na II Guerra Mundial, e outros celerados muito chegados a suásticas e congêneres, Mr. Price vê na rejeição da Rússia a isso como o “roubo do futuro das crianças”.

Na verdade, há uma imensa mobilização popular dentro da Rússia para apoiar a população do Donbass – e, claro, suas crianças – cujos familiares e elas próprias durante oito anos resistiram à limpeza étnica, à desrussificação forçada e à anexação do país à Otan.

Aliás, os Estados Unidos não tem a mínima condição moral quanto a como tratar crianças desacompanhadas, como é sabido de reiteradas denúncias, ao longo de três presidentes diferentes, da “acolhida” – bem pouco amigável, diga-se de passagem – nos campos de detenção de imigrantes na fronteira sul.

O ‘relatório’ também nada diz sobre os ‘campos de treinamento’ de crianças operados por agrupamentos nazistas ucranianos – como, aliás, a própria mídia dos EUA chegou a registrar com fotos e vídeos anteriormente, e que passou a esconder.

Fonte: Papiro