Rússia condena “sabotagem ultrajante dos EUA” aos gasodutos
“Eu acredito que haverá consequências, não tem outra forma, apesar das inúmeras negações dadas pelas autoridades de Washington”, afirmou quinta-feira (9) o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, sobre a responsabilidade dos EUA pela explosão dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 em junho de 2022.
Conforme apurou o repórter investigativo norte-americano Seymour Hersh, vencedor do Prêmio Pulitzer, os gasodutos de cerca de 1.200 quilômetros de extensão tinham um papel estratégico, já que respondiam pelo abastecimento de 40% do gás europeu.
“Em geral, a publicação confirmou o que tínhamos concluído e que nunca tínhamos duvidado: que os EUA e outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) participaram desta sabotagem ultrajante”, denunciou Ryabkov.
Na avaliação do vice-ministro, “está claro e óbvio que o desejo dos países ocidentais, momentos depois das explosões dos gasodutos russos, era não permitir que os nossos representantes participassem da investigação”.
Além disso, acrescentou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores (MRE) da Rússia, María Zakharova, “estudamos cuidadosamente a publicação do jornalista e não estamos surpresos com as conclusões sobre a participação de Oslo nessas sabotagens”. De acordo com a porta-voz, “é totalmente óbvio” que não há qualquer interesse do governo norueguês em encontrar “os verdadeiros culpados” das detonações ocorridas durante o exercício militar da Otan. “E, aparentemente, eles estão interessados no oposto: em esconder dados, fatos e evidências”, enfatizou Zajárova, para quem o conjunto de informações fornecidas pelo premiado repórter estadunidense devem virar alvo de uma investigação internacional.
Por diversas vezes Moscou se ofereceu aos governos da Dinamarca e da Suécia para contribuir nas investigações, mas a proposta sempre foi rejeitada.
“EUA DEVE EXPLICAÇÕES AO MUNDO”, DIZ CHINA
Em coletiva nesta sexta-feira (10), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, reforçou que, comprovadas as denúncias, os Estados Unidos devem “se explicar à comunidade internacional” por haverem plantado explosivos sob os gasodutos, ativados três meses depois pelos noruegueses.
Conforme apurou o repórter, o presidente Joe Biden decidiu sabotar os gasodutos “depois de mais de nove meses de discussões altamente secretas dentro da comunidade de segurança nacional de Washington”. Posteriormente, o Pentágono alegou que os EUA não tinham nada a ver com as explosões.
Fonte: Papiro