Nordeste enfrenta alta taxa de desemprego e informalidade
A população nordestina segue sofrendo com a fragilidade de seu mercado de trabalho. A taxa de desemprego na região, no terceiro trimestre de 2022, foi de 12%, bem acima da média nacional, que é de 8,7%. Além disso, amarga a maior taxa de informalidade, 52,2% do total de ocupados, o que corresponde a 13 pontos percentuais a mais do que a média nacional.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (15) e têm como base a Pnad Contínua, do IBGE. A análise também apontou que a proporção de desalentados, 9%, é mais de quatro vezes maior do que a encontrada no Sudeste, e mais que o dobro da observada em média no Brasil, que é de 3,80%.
Quando o assunto é renda, a situação também é preocupante no Nordeste. O rendimento médio recebido pelos trabalhadores é menor do que o das demais regiões em qualquer categoria de ocupação, ficando 33% abaixo da média nacional.
De acordo com o estudo, a população nordestina tem o “segundo pior resultado quando o tema é ter um colchão financeiro para suportar as adversidades: 73,4% afirmaram que, caso perdessem o emprego, poderiam sustentar a família por no máximo três meses. O resultado é sete pontos percentuais que a média brasileira, e só fica atrás do registrado entre trabalhadores da região Norte, com 77,5%”.
Em evento no qual a análise foi apresentada, Flavio Ataliba, pesquisador associado do FGV Ibre e ex-secretário executivo de Planejamento e Orçamento do Ceará destacou: “Olhar o desequilíbrio de renda interpessoal é fundamental. Mas tão importante quanto é olhar esse desequilíbrio do ponto de vista espacial, e daí o mérito de se debruçar e entender melhor esse recorte regional.”
Ele apontou, ainda, que a região representa “14% do PIB — participação que praticamente não se alterou nos últimos 70 anos —, mesmo concentrando 27% da população brasileira. Isso precisa ser resolvido”.