Concentração diante do Lincoln Memorial em Washington | Foto: Reprodução/Xinhua

Com faixas denunciando o presidente Joe Biden por se negar a negociar a paz na Ucrânia e pela sabotagem que destruiu os gasodutos Nord Stream que vão da Rússia até a Alemanha, norte-americanos se concentraram diante do Abraham Lincoln Memorial, em Washington e também na estação central em Manhattan, Nova Iorque.

“Biden explodiu o Nord Stream” dizia uma das faixas erguidas pelos manifestantes, no domingo (19).

Os manifestantes atenderam à convocação de mais de trinta organizações norte-americanas no manifesto “Marcha a Washington Contra a Guerra”.

Os atos nos Estados Unidos se deram em meio a uma convocação internacional ‘Levante-se contra a máquina de guerra’, em repúdio ao apoio multibilionário norte-americano ao regime de caráter nazista implantado na Ucrânia, com altos lucros para os fabricantes de armas.

Os ex-senadores Ron Paul (PR) e Dennis Kucinich (Democrata) e ainda a ex-deputada Tulsi Gabbard (Democrata) encabeçaram o evento que contou com a presença de cerca 3 de mil pessoas e incluiu ainda ex-funcionários do Departamento de Estado, jornalistas e ativistas.

TRILHÕES DE DÓLARES PARA A GUERRA

“Nossa nação liderava o mundo na produção de aço, carros e navios”, disse Kucinich, ex-prefeito de Cleveland, que foi um ferrenho opositor da guerra do Iraque quando estava no cargo, durante seu discurso. “Agora, lideramos o mundo em fazer inimigos, confundindo defesa com ataque. Armando-nos até os dentes, gastando trilhões de dólares para promover um império agressivo por meio do fomento à guerra”, afirmou.

De acordo com informações do Departamento de Estado do Gabinete Biden do início deste mês, o governo dos EUA já forneceu mais de US$ 29 bilhões, majoritariamente em material militar, à Ucrânia desde o início do conflito gestado para se tornar uma guerra por procuração contra a Rússia.

A escritora e ex-conselheira legislativa Tara Reade declarou que não esperava que com a chegada do presidente Biden à Casa Branca as relações dos Estados Unidos com a Rússia fossem tão conflituosas.

“A Rússia não é o inimigo, a China não é o inimigo, o inimigo é a indústria de armas e o regime corrupto de Biden”, sublinhou e acusou as empresas de armas do país por lucrar com o conflito ucraniano.

Assim que os uniformes norte-americanos tiveram que se retirar do Afeganistão, avaliou Reade, a indústria militar pôs seus olhos na Ucrânia.

“Julian Assange (fundador do Wikileaks) trouxe à tona os crimes de guerra dos Estados Unidos, agora ele é perseguido, o mantêm preso e querem extraditá-lo; Assange não é americano, isso é um absurdo”, criticou.

A ex-coronel Anna Wright, também participante da manifestação antiguerra deste domingo, convocou os cidadãos norte-americanos a pressionar o Congresso a interromper a injeção de recursos na Ucrânia.

“Estou aqui para pedir aos americanos que pressionem seus congressistas para interromper o apoio militar e iniciar as negociações”, disse ela.

Jimmy Dore, jornalista e comentarista político, assinalou em seu discurso no ato: “Você sabia que poderíamos acabar com esta guerra hoje por meio da diplomacia? O que acontece é que nossos políticos querem enriquecer os fabricantes de armas, então eles continuam doando para eles”.

“O objetivo geral desta manifestação é parar a guerra na Ucrânia. As pessoas precisam acordar. Há uma enorme propaganda belicista que posa de defender a justiça e a democracia na Ucrânia e, infelizmente, muitas pessoas a compraram”, disse Cat McGuire, uma manifestante da cidade de Nova Iorque, à Xinhua.

Fonte: Papiro