Governo e servidores retomam negociação de reajuste salarial
O governo Lula retomará as negociações com as entidades representativas do funcionalismo público em ato de reinstalação da Mesa Nacional de Negociação Permanente, nesta terça feira (7). A atividade está prevista para as 10 horas, no auditório do Bloco K da Esplanada dos Ministérios.
O evento contará, a princípio, com a presença de seis ministros: Esther Dweck (Gestão e Inovação), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego).
A mesa foi criada em 2003, no primeiro mandato do presidente Lula, e fechada em 2016, no governo de Michel Temer (MDB), quando maior parte do funcionalismo teve seu último reajuste salarial. Uma parte dos servidores conseguiu correções até 2019, graças a ações movidas na Justiça para obrigar o pagamento do último acordo, firmado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
As entidades trabalhistas comemoram essa retomada do diálogo e estão montando a pauta de reivindicações.
Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), afirmou ao Correio Brasiliense que “é uma verdadeira mudança das relações do governo com as entidades de classe, porque o governo anterior foi o único, nos últimos 20 anos, que não concedeu um real de reajuste e ainda elevou as alíquotas de contribuição da Previdência. Os trabalhadores tiveram perdas salariais, sem contar o aumento do assédio aos servidores”.
Rudinei explica que os servidores sabem que não conseguirão reajustes da ordem de 40%, perda estimada pelo Fonacate para maioria das categorias do funcionalismo, desde janeiro de 2017. “A inflação acumulada nesse período é de pouco mais de 40%. Temos consciência de que é impossível repor essas perdas neste momento. Mas vamos pedir que o governo conceda um aumento emergencial, acima de 6%, e um prazo menor de escalonamento das correções”, destacou Marques.
Os servidores do Poder Judiciário terão reajustes, passando para 6%, em fevereiro de 2024 e 6,13%, a partir de 2025, totalizando os 18%. Rudinei lembrou que, para os servidores que tiveram a última parcela de reajuste em janeiro de 2019, a defasagem salarial é de 27%. “Esperamos que seja sinalizado que o governo pretende resolver esse problema, enviando ao Congresso Nacional uma medida provisória usando o valor já disponível no Orçamento, e algo mais que desse para melhorar a correção”, acrescentou Marques.
Fonte: Página 8