Frente Parlamentar e entidades fazem ato na Alesp contra privatização da Sabesp
A Frente Parlamentar contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) se reuniu nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa (Alesp), para debater a proposta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que pretende privatizar o serviço de água e saneamento básico do Estado.
A reunião, presidida pelo deputado Emídio de Souza (PT-SP), foi a primeira do ano da Frente Parlamentar, criada no primeiro semestre de 2021, quando o ex-governador João Doria também queria privatizar a Sabesp.
Participaram da reunião, além do PT, 20 parlamentares do PCdoB, PSOL, PSB e Rede, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, e centrais sindicais como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e diversas entidades da sociedade civil contrárias à privatização da Sabesp.
Durante a audiência, o presidente do Sintaema, José Faggian, alertou para o aumento dos preços de serviços das empresas privatizadas e citou como exemplo experiências de outros estados do país, como Amazonas e Alagoas, que tiveram seus serviços de água e esgotamento sanitário privatizados, e agora, demonstram na prática, a lógica da privatização, que encarece os preços e exclui dos serviços a população mais vulnerável.
O presidente da CTB-SP, Renê Vicente, que responde interinamente pela CTB nacional, disse que “a frente parlamentar contra a privatização da Sabesp é um instrumento de luta importantíssimo na defesa e conscientização da importância do bem-estar do povo paulistano”.
“O papel da frente é organizar a luta na Alesp e ajudar na aglutinação dos movimentos sociais em torno do tema do Saneamento Público”, destacou Renê Vicente.
Na reunião, os participantes também criticaram o governador Tarcísio de Freitas de não mencionar abertamente sua intenção de privatizar a empresa durante a campanha eleitoral em 2022 e por afirmar que a desestatização reduziria a tarifa da água.
Na próxima terça-feira (14), às 10h, trabalhadores dos setores de saneamento e energia elétrica irão realizar um ato, em frente à Bolsa de Valores de São Paulo, contra a privatização da Sabesp e para denunciar a crescente mercantilização dos dois serviços essenciais de água e energia.
A intenção da manifestação, denominada “Água e Energia não são Mercadorias”, é esclarecer à população sobre os riscos que as privatizações das empresas públicas dos dois setores representam, como o aumento das contas, a exclusão dos serviços às famílias mais vulneráveis e a precarização das atividades, ocasionada principalmente pela demissão de trabalhadores e trabalhadoras qualificados e experientes.
Fonte: Página 8