Pela escassez de equipamento para remoção, socorristas retiram destroços com as mãos | Vídeo

“A catástrofe que atingiu a população da Síria se fez pior devido às sanções impostas pelos Estados Unidos”, denunciou o ministro do Exterior da Síria, Faisal Al-Miqdad.

“Estas sanções”, acrescentou, “exacerbam a tragédia ao impedirem a Síria de ter acesso a produtos, em especial remédios”.

Em entrevista à TV Al Mayadeen, nesta quarta-feira (8), Miqdad, esclareceu que “as decisões do Conselho de Segurança da ONU são claras e afirmam que ajuda humanitária não está sujeita a quaisquer sanções”.

“Resoluções já adotadas determinam que o envio de ajuda humanitária deve ocorrer independente de quaisquer sanções. Há um parágrafo específico da Resolução 2672 que estabelece a permissão para a chegada de socorro a países sujeitos a desastres, como é o caso da Síria”, destacou Miqdad.

O ministro disse ainda, dirigindo-se ao governo norte-americano: “Suas sanções barram a chegada de qualquer coisa à Síria, são ordens que proíbem a aquisição de medicamentos, que ameaçam países e empresas também com sanções no caso de negociarem com a Síria, ameaçam os bancos que tratam com a Síria”.

Para enfrentar as dificuldades impostas por Washington para a chegada de mantimentos, socorristas e equipamento apropriado para remover escombros, o governo do Líbano determinou a abertura de todos os seus portos, do aeroporto de Beirute e do espaço aéreo do país ao socorro enviado por qualquer país à Síria.

CRIME DE GUERRA

“Prosseguir com o cerco como determinam os Estados Unidos é crime de guerra”, declara resolução do Congresso do Líbano.

Na resolução o parlamento libanês expressa “solidariedade e condolências ao povo sírio” e denuncia que “a continuidade do bloqueio norte-americano sobre a Síria, não é apenas um crime de guerra, mas sim um crime do mais alto grau de brutalidade, não somente contra o povo sírio, mas contra toda a consciência humana e toda a humanidade”.

A declaração convoca “todos os países do mundo em especial os países árabes, além das organizações humanitárias internacionais a quebrarem este cerco brutal e a proverem todo tipo de assistência aos atingidos pelo terremoto”.

O Congresso do Líbano também “convoca o Conselho de Segurança das Nações Unidas a adotar uma posição firme que faça com que as injustas medidas contra a Síria sejam levantadas e assim se abra caminho para o fornecimento de todo o tipo de material e socorro ao povo sírio”.

“O dever nacional e humanitário determina que todos os países árabes devem ignorar o bloqueio norte-americano e estabeleçam pontes aéreas para atender ao povo sírio fornecendo todo tipo de material, alimento e assistência médica”.

Também se manifestaram no mesmo sentido a China, a Rússia e o Irã.

COORDENADOR DA ONU EM DAMASCO EXIGE A SUSPENSÃO DAS SANÇÕES

O chefe da missão da ONU na Síria, Mostafa Benlamlih, afirmou, em entrevista à agência de notícias SANA que “as sanções impostas sobre a Síria dificultam o trabalho humanitário e a questão do socorro não pode ser tratada sob a ótica política”.

“O objetivo de todos os organismos da ONU é enviar mensagens sobre o sofrimento do povo sírio como resultado das sanções impostas ao seu país e denunciar o dano que estas sanções provocam sobre o trabalho humanitário, pois barram inclusive a chegada de milhões de dólares para atender aos afligidos pelo terremoto”.

Fonte: Papiro