O jogador Wallace Leandro de Souza, campeão olímpico pela Seleção Brasileira de Vôlei e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, está proibido de pisar nas quadras. Nesta sexta-feira (3), o Conselho de Ética do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) atendeu a uma representação da AGU (Advocacia Geral da União) e suspendeu o jogador de forma liminar por incitação a violência.

Na segunda-feira (30), Wallace usou suas redes sociais para estimular o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Junto à foto de uma arma calibre 12, ele lançou uma enquete para perguntar se alguém “daria um tiro na cara” de Lula.

A postagem – que causou revolta nacional – feriu o Código de Ética do COB. Conforme o artigo 34, “é indevida a prática de atos de violência, bem como a doutrinação, a incitação ou a orientação para a sua realização, no ambiente administrativo, de treinamento e competição ou fora dele”.

A punição impede Wallace de jogar a Superliga e a Copa do Brasil por seu clube, o Sada Cruzeiro, de Minas Gerais. O atleta tem cinco dias para se defender e ficará suspenso até a decisão final. O Sada já havia afastado o jogador “por tempo indeterminado”.

O relator do caso de Wallace no Conselho de Ética foi Ney Bello, desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Segundo o magistrado, “a liberdade de expressão de atletas, dirigentes e corpo técnico não difere muito daquela atribuível a qualquer cidadão e, portanto, não se confunde com ofensas, ameaças, violência ou inconformidade com as instituições do Estado Democrático de Direito”.