Integrantes das marinhas da China, Rússia e África do Sul na cerimônia de abertura dos exercícios | Foto: Wang Guanbiao

Terminaram na segunda-feira (27) os exercícios navais conjuntos Mosi-2 (‘Fumaça’, no idioma tsuana) no Oceano Índico, com a participação das marinhas da Rússia, China e África do Sul, que tiveram início no dia 17 e que expressam o fortalecimento dos laços dentro dos BRICS.

A nau capitânia russa durante o exercício foi a fragata Almirante Gorshkov, equipada com mísseis hipersônicos Zircon, que estava acompanhada por um navio-tanque de apoio. A China enviou a fragata Rizhao, o navio de apoio Kekexilihu e um dos mais novos contratorpedeiros Huainan. A África do Sul foi representada pela fragata Mendi. A Marinha do Brasil participou como observadora.

Também chamou a atenção a escala dos exercícios navais: a província sul-africana de KwaZulu-Natal, ao largo da costa onde ocorreram as manobras, é maior em área do que Portugal. O primeiro exercício, Mosi-1, ocorreu em dezembro de 2019 na costa da Cidade do Cabo, no Oceano Atlântico.

O ministro da Defesa da África do Sul, Thandi Modise, salientou que o exercício trilateral “beneficia todos os países participantes, alinhando seus sistemas navais operacionais e melhorando o comando e controle conjuntos”. Também expressou confiança de que essas manobras fortalecem “as já prósperas relações entre África do Sul, Rússia e China”.

O comandante-em-chefe da Marinha Russa, almirante Nikolai Evmenov, participou da cerimônia de abertura do exercício no porto de Richards Bay, e deu as boas-vindas aos participantes do exercício, segundo a agência de notícias Tass.

De acordo com o Ministério da Defesa da China, o segundo exercício naval conjunto entre China, Rússia e África do Sul teve o objetivo de salvaguardar o transporte marítimo e as atividades econômicas marítimas e integra os esforços do Exército Popular de Libertação da China (PLA) para restaurar o intercâmbio e a cooperação com países estrangeiros, após a crise da Covid.

A parte ativa dos exercícios ocorreu de 25 a 27 de fevereiro. Os militares dos três países realizaram disparos de artilharia conjunta e manobras táticas no mar. Durante o treinamento, foram praticadas ações de busca e liberação de navio capturado, assistência a navio em perigo e ação de repelir ataques aéreos de um potencial inimigo.

Em janeiro, em seu roteiro africano, o chanceler russo Sergei Lavrov esteve na África do Sul, onde se referiu à histeria desencadeada em certos círculos imperialistas quanto às manobras conjuntas.

“Três países soberanos, sem violar nenhuma norma do direito internacional, estão realizando exercícios. Eu não entendo como eles podem causar uma reação mista? Provavelmente nossos colegas americanos acreditam que só eles podem realizar exercícios em todo o mundo. E não apenas em suas mais de 800 bases militares ao redor do mundo, mas em qualquer lugar”, disse o ministro em 23 de janeiro em entrevista coletiva após conversas em Pretória com a ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor.

Como enfatizou Lavrov, são manobras “absolutamente transparentes”, com todas as informações relacionadas ao andamento dos exercícios fornecidas pelos três países. A ministra das Relações Exteriores sul-africana, observou que a realização de tais eventos “com amigos” é “um curso natural de desenvolvimento de relações”.

Afinal, enquanto a União Soviética e a China prestaram todo o apoio possível aos sul-africanos e sua luta contra o desumano apartheid, Washington esteve do outro lado.

O Ocidente ‘Coletivo’ (EUA mais vassalos) anda especialmente raivoso de que os sul-africanos continuem se abstendo nas votações das resoluções da Otan sobre a ‘Ucrânia’ e empenhados em apoiar na ONU negociações de paz, que garantam o cessar-fogo e a restauração na Europa da segurança coletiva e indivisível.

Fonte: Papiro