Centrais sindicais criticam salário mínimo em R$ 1.320
O novo aumento do salário mínimo, o segundo em 2023, não agradou às centrais sindicais. Conforme anunciado nesta quinta-feira (16) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o piso nacional dos trabalhadores será reajustado para R$ 1.320 em 1º de maio. Lula já havia elevado o mínimo, em janeiro, de R$ 1.212 para R$ 1.302.
Embora a alta corresponda a um aumento real (acima da inflação), as centrais cobravam um mínimo de R$ 1.343. Para Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), a decisão de Lula “fere as expectativas do movimento sindical”. Embora reconheça que, em um único ano, não há margem para “recuperar todo o prejuízo causado pelo governo Bolsonaro”, o sindicalista esperava um reajuste melhor.
“Para inaugurar aquilo que o governo propôs (a retomada da política de valorização do salário mínimo), é necessário pelo menos repor a inflação (de 2022) e a variação do PIB dos últimos dois anos”, diz Adilson. “Temos que considerar o estágio de profunda desigualdade em que estamos, com uma realidade que assusta milhões de famílias, dada a insegurança alimentar e o flagelo social. É urgente que o governo tome para si essa bandeira fundamental que foi utilizada como moeda forte na campanha.”
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), também questionou o próximo valor do salário mínimo. “Esse aumento não é o esperado nem suficiente”, afirmou o dirigente, em nota. “O salário mínimo valorizado é o maior instrumento para se diminuir a desigualdade social, apontar para o crescimento do país e remunerar corretamente a força de trabalho.”
Na opinião do presidente da Força Sindical, Miguel Torres, “valorizar o piso nacional é uma ótima oportunidade de o governo federal demonstrar sensibilidade social e contribuir para distribuir renda e diminuir as desigualdades no País”. Ele também reafirmou a defesa de um salário mínimo de R$ 1.343.