Bolsonaro defende golpistas de 8 de janeiro e se isola mais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que curte a vida nos Estados Unidos há dois meses com verba pública – mudou o discurso em relação aos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. Ao participar nesta segunda-feira (27/2) do SA Summit 2023, na Flórida, Bolsonaro saiu em defesa dos golpistas.
“No Brasil, tudo passou a ser fake news, atentado contra o Estado Democrático de Direito”, tergiversou o ex-presidente, que é alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por fomentar atos antidemocráticos. “Vão completar dois meses com 900 pessoas presas, tratadas como terroristas. Não foi mostrado, quando foram presas, um canivete sequer com elas e estão presas – chefes de família, senhoras, mães, avós.”
No mesmo dia da invasão, Bolsonaro usou as redes sociais para condenar as cenas de violência, que também foram amplamente rechaçadas pela opinião pública. Uma semana depois, o ex-mandatário classificou como “uma coisa inacreditável” a tentativa de golpe. “Lamento o que aconteceu”, afirmou, na ocasião.
Ao voltar atrás, o ex-mandatário se isola ainda mais e parece fazer um aceno à ala mais radical de sua base. Sua nova fala ocorreu no mesmo dia em que a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) denúncias contra 80 bolsonaristas presos em flagrante em 8 de janeiro. Com isso, já são 912 golpistas denunciados por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada e dano qualificado contra o patrimônio da União.
Já nesta terça-feira (29), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a libertação de 102 golpistas. Elas terão de usar tornozeleira eletrônica, se apresentar semanalmente à Justiça e fazer o recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana. O uso das redes sociais desses criminosos também foi proibido.