Partido SPD do chanceler Scholz amarga duro revés em Berlim | Foto: Arquivo/dpa/M. Kappeler

O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), do chanceler Olaf Scholz foi derrotado em seu reduto histórico, Berlim, no último domingo, em meio à aceleração inflacionária e sofrendo repúdio pela entrega de armas à Ucrânia.

Scholz disse a Zelensky que seu país abastecerá a Ucrânia “pelo tempo que for necessário”. Sendo assim, assinalam os analistas, o resultado expresso em Berlim apenas confirma a tendência verificada nacionalmente de uma forte erosão do SPD pela aposta no confronto em postura nitidamente submissa a política de retomada da Guerra Fria alimentada por Biden.

A derrota em Berlim, seu reduto por mais de 20 anos, foi superior a 10% de votos para a União Democrata Cristã (CDU), da ex-chanceler Angela Merkel, que alcançou cerca de 28% do eleitorado. Os 18% foi o pior resultado do SPD na capital desde o fim da Segunda Guerra Mundial, se igualando aos ecologistas em votação.

Esta é a primeira vez desde 1999 que o partido de Scholz é derrotado pelos conservadores dessa forma, o que amplia a dificuldade para manter o cargo de prefeito de Berlim. A manutenção da maioria das cadeiras exigiria uma maior abertura aos atuais parceiros de coalizão, contrários a inundar a Ucrânia de armas.

Mais de 250 mil pessoas, entre elas destacadas lideranças políticas, escritores, jornalistas e expoentes da cultura, da arte e da ciência alemãs lançaram na última sexta-feira (10) um abaixo-assinado exigindo que Scholz deixe de estimular o confronto e contribua para as negociações rumo à construção de um acordo.

O “Manifesto pela Paz”, que ganhou força no portal de Sahra Wagenknecht, legisladora alemã do Partido de Esquerda, e da jornalista feminista Alice Schwarzer, chama à responsabilidade o governo para ajudar a pôr fim ao derramamento de sangue.

“Um quarto de milhão de simpatizantes já assinou o Manifesto pela Paz. A pressão do nosso lado pode levar a resultados!”, frisou Wagenknecht. A parlamentar também conclamou a que todos participem da manifestação em apoio à petição no centro de Berlim no próximo dia 25 de fevereiro.

A oposição denuncia que o governo de Scholz tem fornecido a Kiev todo tipo de armas, incluindo mísseis de defesa aérea, sistemas de foguetes de lançamento múltiplo, artilharia de autopropulsão e canhões antiaéreos.

No início deste ano, a Alemanha se envolveu ainda mais no confronto, comprometendo-se a enviar para a Ucrânia seus tanques Leopard.

Fonte: Papiro