Jornalista Koppel: autoridades alemãs dizem estar "em guerra com a Rússia" enquanto juram "não fazer parte do conflito"

As autoridades alemãs estão atoladas em esquizofrenia política, afirmou Roger Koppel, editor-chefe do semanário suíço Weltwoche, apontando como exemplo a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, que “ao mesmo tempo diz que ‘estamos em guerra contra a Rússia, mas não somos parte do conflito’”.

Na opinião de Koppel, “esta é uma forma de esquizofrenia política, dualidade espiritual”. Ele também observou que o sistema político alemão está passando por uma “profunda crise de representatividade”.

“Os políticos estão acostumados a ser escrutinados pelos eleitores apenas uma vez a cada quatro anos e, no intervalo, fazem o que bem entendem, desde medidas como o estado de emergência ou reformas impopulares. Isso é insensato e irracional”, opinou o jornalista.

O Ocidente se tornou vítima de sua própria propaganda, se coloca em um estrado de histeria militar coletiva e joga uma espécie de roleta russa com sua própria população, resumiu o jornalista.

Anteriormente, Annalena Baerbock declarou durante uma reunião que os países europeus “estão conduzindo uma guerra contra a Rússia” e apelou aos países europeus para, juntos, fazerem mais pela Ucrânia e não buscarem culpados entre os seus.

O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, se dobrou às pressões de Washington e anunciou, na quarta-feira (25), que Berlim irá enviar ao regime de Kiev tanques Leopard 2 de fabricação alemã, e que está liberando outros países que os possuam a fazerem o mesmo.

Depois, a Alemanha decidiu permitir que sua indústria também encaminhe para Kiev antigos blindados do tipo Leopard 1.

O porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, confirmou nesta sexta-feira (03/02) que a autorização para a exportação dos modelos antigos também foi concedida, mas evitou fornecer maiores detalhes, dizendo apenas que fatos concretos serão informados nos próximos dias e semanas.

Na compreensão do governo, isso tudo é “não fazer parte do conflito?”, questiona o jornalista.

Fonte: Papiro