Além de atacar a Rússia, EUA cobiça as reservas de titânio da Ucrânia
A cobiça dos EUA diante das reservas de titânio, mineral fundamental para o desenvolvimento da indústria militar, é um dos elementos chaves – além do ataque à Rússia, dentro da mentalidade hegemonista e de Guerra Fria – para o apoio norte-americano e de seus asseclas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) à guerra contra a Rússia, que já ceifou a vida de mais de 150 mil ucranianos.
Além do interesse geopolítico, evidente pela fronteira com a Rússia, uma recente reportagem da Newsweek cita inúmeras fontes esclarecendo o crescente interesse pelo mineral quase tão forte quanto o aço e resistente à corrosão como a platina. Daí ser avaliado pelos belicistas de Washington como um dos elementos vitais para a manutenção do seu poderio, propagandeado como “segurança econômica e nacional”.
“O titânio é um metal leve, porém resistente, que se utiliza amplamente em aplicações militares avançadas como aviões de combate, helicópteros, navios de guerra, tanques, mísseis de longo alcance e muitos outros”, afirmou a revista estadunidense.
Isto tudo foi revelado pela norte-americana Newsweek, é claro dentro do ponto de vista dos interesses e estreiteza imperial dos EUA: “Se a Ucrânia ganha, os Estados Unidos e seus aliados estarão numa posição privilegiada para cultivar um novo conduíte [dutos que protegem cabos e condutores de energia] de titânio. Porém se a Rússia conseguir tomar as jazidas e usinas do país, Moscou aumentará sua influência global sobre um recurso cada vez mais estratégico”. “Os Estados Unidos não têm mais esponja de titânio em seu estoque de defesa nacional, e o seu último produtor doméstico fechou em 2020”, confirmou a revista.
A Ucrânia, ao lado da China e da Rússia, é um dos sete países que produzem espoja de titânio, à base do metal. “A China produziu mais de 231 mil toneladas de esponja de titânio no ano passado, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o que representa 57% da produção mundial, seguido pelo Japão com 17% e a Rússia com 13%. O Cazaquistão produziu quase 18 mil toneladas e a Ucrânia mais de quatro mil toneladas”, acrescentou o artigo.
Segundo fontes da indústria de defesa dos EUA consultadas pela Newsweek, crescem as pressões para que Washington não precise mais importar de países que não consideram mais como aliados. “Estamos falando de nossa capacidade de produzir mais aeronaves, estamos falando de nossa capacidade de produzir munições. Tudo depende do titânio, e temos permitido aumentar nossa dependência de fornecedores estrangeiros para isso. A Rússia foi um dos nossos principais fornecedores”, declarou uma fonte.
Apesar da gravidade da situação, a empresa russa VSMPO-Avisma, fundada em 1941 nos montes Urais, é a principal fornecedora mundial da aeronáutica, apontou o diretor-geral da fabricante francesa de motores Safran, Olivier Andries, que, no entanto, diz ter “vários meses de estoque”.
Fonte: Papiro