Agenda com Campos Neto foi “uma primeira boa aproximação”, diz Haddad
Um demorado almoço para tentar “alinhar as políticas fiscal e monetária”, seguido da primeira reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) sob o governo Lula (PT). Assim foi a agenda que, nesta quinta-feira (16), reuniu o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento).
Haddad definiu o convescote como “um bom almoço”, “uma primeira boa aproximação com a presença da Simone”, com “um longo papo de duas horas”. O encontro ocorreu após uma série de críticas de Lula a Campos Neto. A crer no relato de Haddad, o mau tempo se desanuviou.
Em 1º de fevereiro, após manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central provocou o governo abertamente: “O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião”.
Lula não passou recibo. “Quero saber do que serviu a independência (do Banco Central)”, disse o presidente. “Vou esperar esse cidadão (Campos Neto) terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o banco central independente.”
À imprensa, Haddad não confirmou se temas como a Selic e as metas de inflação foram debatidos na CMN. A ata da reunião indica somente que o Conselho aprovou o balanço do Banco Central de 2022. Formalmente, cabe à CMN a elaboração da política da moeda e do crédito.
Haddad também destacou a importância do encontro dos ministros de Finanças do G20, que acontece na Índia, após o Carnaval. “Nossa economia ficou muito isolada, e o mundo está celebrando o retorno à mesa de negociações em busca de democracia, paz, combate à fome e prosperidade com justiça social”, disse. “O Brasil voltou à mesa!”