Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Em 2022, o Brasil registrou sua pior marca de desmatamento na Amazônia Legal, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre janeiro e 30 de dezembro, o acumulado de alertas somou 10.267 km². Somente no último mês do ano, foram  218,41 km², terceiro pior dezembro de toda a série histórica. 

No mês de janeiro de 2022, foram 430,44 km² de área sob alerta de desmatamento. A média para o mês no período entre 2016 e 2021 é de 162 km², aumento de 165%.

A área desmatada no ano passado equivale ao tamanho da cidade do Recife (PE). Antes, o pior índice de desmatamento foi em 2019, quando se atingiu 9.178  km², seguido de 2020, com 8.417  km², todos anos sob o governo de “passar a boiada” de Jair Bolsonaro. 

“O governo Bolsonaro acabou, mas sua herança ambiental nefasta ainda será sentida por um bom tempo”, disse ao G1 Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

Ao assumir o ministério do Meio Ambiente, Marina Silva reafirmou compromisso de buscar o desmatamento zero e salientou: “Boiadas se passaram no lugar onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental”. 

O estrago não foi maior, disse, “porque as organizações da sociedade, os servidores públicos, vários parlamentares – querido Molon, Rodrigo Agostinho, Tato, Joenia e tantos que eu não consigo citar aqui todos –, que se colocaram à frente de todo esse processo de desmonte e, sobretudo, servidores públicos e também setores do Judiciário que, junto com essa sociedade corajosa, se colocaram à frente como verdadeiros anteparos da existência da luta socioambiental brasileira”.