Trabalhadores da saúde fazem greve na Inglaterra por “salário justo”
Os trabalhadores de ambulâncias da Inglaterra realizaram mais uma greve, na segunda-feira (23), para exigir aumentos salariais que compensem a crescente inflação que afeta a economia do país no contexto de manifestações de diferentes setores, particularmente na saúde pública.
Este foi o terceiro protesto nas últimas cinco semanas dos motoristas desse serviço do sistema público de saúde britânico (NHS, na sigla em inglês). Já os profissionais de Enfermagem tinham feito uma paralisação de dois dias na semana passada, após uma primeira mobilização em dezembro.
A secretária-geral do sindicato do setor público inglês, Unison, Christina McAnea, destacou que “a solução para a crise crescente no sistema nacional de saúde está olhando o governo na cara. É simples. Tudo o que o ministro precisa fazer é destacar dinheiro para pagar os profissionais de saúde de maneira justa”.
Os profissionais de saúde exigem que o ministro da Fazenda, Jeremy Hunt, forneça fundos adicionais do Tesouro ao Secretário de Saúde Steve Barclay para um “aumento decente”. O que os trabalhadores conseguiram até agora foi o anúncio do governo, em dezembro passado, de um aumento de 9,7% do salário mínimo nacional – quando a inflação está em 10,5%, segundo os dados mais recentes -, ao mesmo tempo em que subiu impostos e reduziu o apoio ao custo com energia.
“É estranho que seja o ministro bloqueando o progresso. Jeremy Hunt conhece o NHS melhor do que qualquer um no gabinete. Como secretário de Saúde, ele negociou o acordo salarial para acabar com a greve de 2015”, afirmou McAnea.
Os membros do Unison realizaram uma greve em cinco serviços de ambulância na Inglaterra e dois hospitais em Liverpool, enquanto os do sindicato Unite realizaram a medida de força no País de Gales, West Midlands, East Midlands, Noroeste e Nordeste.
Embora o ministro da Saúde tenha falado em “discussões construtivas” com os sindicatos, eles advertiram que manterão as greves até que o Executivo ouça suas propostas, o que, apesar dos protestos dos trabalhadores não aconteceu até agora.
As organizações sindicais pedem que o primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, assuma as rédeas das negociações, considerando que o ministro Barclay não tem “autoridade” para chegar a um acordo.
Mais um dia de protestos já está marcado para 6 de fevereiro, ao mesmo tempo em que o governo segue firme na vontade de aprovar uma criticada lei de serviços mínimos em diversos setores, como saúde ou transporte.
Papiro (BL)