Ataque ao aeroporto de Damasco é o 2º em menos de um ano. Na foto, dependência do aeroporto após agressão de junho de 2022 (SANA)

O governo da Síria condenou a agressão israelense ao aeroporto de Damasco, “que contradiz todos os tratados e cartas internacionais que proíbem qualquer ataque a aeroportos civis”.

A declaração, formulada após reunião do gabinete ministerial, nesta terça-feira (3) saudou o trabalho do Ministério dos Transporte que colocou o aeroporto em condições de serviço apenas sete horas após o ataque ocorrido às duas da madrugada do dia 2.

O primeiro-ministro Hussein Arnous, que presidiu a sessão, expressou condolências aos dois soldados mortos no ataque.

Dois outros soldados sírios ficaram feridos nas explosões. Declaração do comando militar da Síria destacou que o ataque na madrugada partiu de lança-mísseis instalados nas proximidades do Lago Tiberíades.

“Ama agressão que martirizou dois militares sírios e deixou dois outros feridos e causou dano material e tirou o aeroporto de serviço por algumas horas”, diz a nota.

É o Segundo ataque ao aeroporto de Damasco em menos de um ano. Outra agressão israelense também tirou o aeroporto de serviço e aconteceu em 10 de junho de 2022.

Israel também atingiu outros aeroportos sírios. Em setembro de 2022 o ataque foi desferido contra o aeroporto da cidade de Alepo.

A força militar israelense já realizou centenas de ataques a posições sírias desde a manutenção do governo de Bashar Al Assad, que terroristas apoiados pelos Estados Unidos tentaram derrubar e que ainda ocupa partes do país. O pretexto para os ataques seria a presença de militares iranianos em solo sírio, quando na verdade o ataque é uma demonstração clara de que os governos israelenses apoiaram abertamente as facções terroristas treinadas e financiadas pela Síria e Arábia Saudita.

À época o governo russo tomou posição em defesa do governo legítimo da Síria e atendeu a pedido governamental de ajudar na defesa da soberania síria. Ficou claro que não é do interesse de Israel nem dos Estados Unidos que persista tal posicionamento no Oriente Médio.

Também vieram em apoio ao governo sírio e à soberania do país o Irã e o Hezbolá libanês que enviou comandos para combater os bandos terroristas em solo sírio.

Rami Khouri, professor na Escola Kennedy para o Oriente Médio, localizada em Harvard, destacou que se trata de uma “aposta do novo governo dirigido por Netanyahu para sinalizar que Israel vai manter sua posição de ataques à Síria sob pretexto de defesa da segurança israelense”.

“A questão importante a ser lembrada aqui, é o que o governo dos Estados Unidos, com apoio do Congresso, tem aprovado leis que garantem superioridade militar a Israel e a sensação de impunidade para cometer ataques onde quiser por toda a região”.

Papiro (BL)