O índice prévio da inflação oficial do país, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os preços continuam em ritmo de alta, com avanço de 0,55% em janeiro, após o índice de 0,52% registrado em dezembro. Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em janeiro.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi divulgado pelo instituto na terça-feira (24). Com os resultados da primeira quinzena do mês, a inflação acumulada em 12 meses foi de 5,87%.

Os maiores impactos vieram de Saúde e cuidados pessoais (1,10%) e Alimentação e bebidas (0,55%). A maior variação, por sua vez, ficou com Comunicação (2,36%). Os demais grupos ficaram entre 0,17% de (Transportes e de Habitação) e 0,57% (Despesas pessoais).

Ainda sob os efeitos da desastrosa política econômica dos últimos quatro anos, a maior pressão para o índice de janeiro continua sobre o preço dos alimentos, que teve variação de 0,55% no mês e de 11,50% no acumulado de 12 meses – dobro da inflação geral do período. Além de ser o item de mais peso na composição do IPCA, é também o que mais penaliza a população, sobretudo a mais pobre.

O preço da alimentação fora do domicílio subiu 0,39% no período, enquanto a alimentação no domicílio ficou 0,61% mais cara.

Em uma situação de aperto, um dos substitutos da carne na mesa dos brasileiros é o ovo de galinha, que acumula até a prévia de janeiro um aumento de 18,70%. Em alguns casos, o aumento foi quase o dobro da média nacional, como Curitiba que chegou a 34% de reajuste no mesmo período.

De acordo com produtores, o problema vem dos custos do milho e farelo de soja, insumos essenciais para a produção de galinhas.

“Quando nós analisamos a inflação de alimentos, essa inflação é a que mais penaliza as famílias de menor renda. E quando nós analisamos os alimentos, o ovo, que é um item essencial, já consumido por aquelas famílias que têm baixa renda, ele penaliza ainda mais. O que significa? Menos dinheiro no final do mês para outras compras e acaba apertando o orçamento de famílias que já sofreram muito desde o início da pandemia”, declarou Joelson Sampaio, professor de economia da FGV, em reportagem do Jornal Nacional.

Ainda no índice de 12 meses, também se destacam os preços dos legumes (+38,51%), das frutas (+23,52%) e do leite e derivados (+21,74%).

Na variação mensal, as principais altas vieram da batata-inglesa (15,99%), do tomate (5,96%), do arroz (3,36%) e das frutas (1,74%).

Diante dos preços praticados, o valor da cesta básica beira os R$ 800 em diversas regiões do país, segundo pesquisa mensal do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Econômicas), revelando que o custo de vida atual é absolutamente incompatível com os salários dos brasileiros tendo como referência o piso mínimo nacional (de R$ 1.302).

AUMENTOS NOS CONVÊNIOS MÉDICOS ELEVAM GASTOS COM SAÚDE

Saúde e cuidados pessoais e Comunicação tiveram as maiores altas percentuais, de 1,10% e 2,36%, respectivamente. O primeiro, sofrendo a pressão do reajuste dos planos de saúde (variação de 1,12% no mês)

GÁS E LUZ

Um alívio para o bolso das famílias brasileiras veio com uma pequena queda do preço médio do gás de botijão (-1,32%) e da energia elétrica residencial (-0,16%). A redução fez a inflação do grupo Habitação recuar de 0,40% em dezembro para 0,17% na prévia de janeiro. Por outro lado, foi registrado aumento no gás encanado (7,09%).

De janeiro de 2019 a outubro de 2022, o preço do botijão aumentou 62% para o consumidor, passando de R$ 69,20 para R$ 112,13, na média acompanhada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Em novembro do ano passado, o botijão de gás chegou a ser vendido entre R$ 120 e R$ 130 em algumas regiões, segundo a ANP.

Já o índice para o grupo de transportes desacelerou de 0,85% em dezembro para 0,17% em janeiro. O impacto veio da queda nos preços dos combustíveis (-0,58%) do início do mês.

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