O valor industrial agregado chinês cresceu 3,6%, mesmo com as restrições da Covid (vídeo)

O crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) da China atingiu 3% em 2022, indicando que a economia do país manteve uma expansão estável apesar de “vários ventos contrários”, desde o coronavírus e as tensões internacionais, incluindo a demanda estrangeira em declínio, informou o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE), na terça-feira (17).

Em números, o PIB anual do país asiático chegou a 121,02 trilhões de yuans (US$ 17,94 trilhões de dólares americanos – R$ 92 trilhões, cotação do Banco Central em dia 17) em 2022, de acordo com o DNE.

Apesar de uma desaceleração no quarto trimestre devido a um aumento nas infecções de Covid-19, a China ainda superou a maioria das outras grandes economias no ano passado, incluindo os EUA, com base em estimativas de organizações internacionais.

Em 2021, a economia da China cresceu 8,4% e, em 2020 – o primeiro ano do coronavírus – o PIB aumentou 2,3%, a única grande economia a se expandir com solidez. Isso significa, na média, um crescimento anual de 4,57% nos últimos três anos.

Ainda de acordo com os dados divulgados pelo DNE, o valor agregado industrial aumentou 3,6% em 2022 em relação ao ano anterior, enquanto o investimento em ativos fixos aumentou 5,1%. As vendas no varejo caíram 0,2%.

“O resultado atendeu às expectativas, dados todos os choques internos e externos inesperados de curto prazo”, declarou Hu Qimu, secretário-geral adjunto do Fórum 50 sobre a Integração das Economias Digitais e Reais, ao Global Times.

FUNDAMENTOS SÓLIDOS

Indústrias que tem peso internacionalmente, como veículos de nova energia, tecnologia avançada e produtos eletrônicos, exibiram um crescimento importante, retomando o ímpeto de atualização industrial em andamento, indicou o representante do Fórum que reúne cerca de 50 economistas chineses que se especializam na pesquisa de desenvolvimento econômico na China.

“É um bom sinal que, uma vez que problemas internos diminuíram, a economia foi capaz de se recuperar rapidamente com base em fundamentos saudáveis. A China tem uma vantagem única no tamanho de seu mercado. Portanto, enquanto os fundamentos econômicos estiverem estabilizados, nós poderemos suportar desafios externos”, afirmou.

“Não é exagero dizer que a situação em 2022 foi mais perigosa do que em 2020. Internamente, tivemos surtos esporádicos de Covid em bases industriais, incluindo Xangai e a província de Guangdong, no sul da China, que paralisaram fábricas e logística locais, bem como uma queda no mercado imobiliário. Externamente, a escalada das tensões geopolíticas elevou os preços das commodities a granel, tornando a China sujeita a pressões inflacionárias através das importações”, assinalou Hu.

“No ano passado, quando os aumentos agressivos das taxas de juros de Washington sacudiram o mercado, produtos acessíveis ‘Made in China’ foram o fator chave para conter a inflação global. A China também desempenhou um papel estabilizador semelhante em 2021 e 2020, quando as cadeias de suprimentos globais foram paralisadas pela pandemia”, disse Tian Yun, vice-diretor da Associação de Operações Econômicas de Pequim, ao Global Times, registrando que é provável que a contribuição da China para o crescimento global tenha sido de cerca de 30% no ano passado.

Papiro (BL)