Brasil retorna à Celac três anos após a retirada imposta por Bolsonaro

A 7ª reunião da Cúpula da Comunidade Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Buenos Aires, destacou a importância de investimento em infraestrutura e novos mecanismos para a integração desenvolvimentista dos países da região.

Os países signatários da Declaração de Buenos Aires, aprovada pela reunião, firmaram o “compromisso em avançar com determinação o processo de integração, promovendo a unidade e diversidade política, econômica e social de nossos povos”.

Entre as infraestruturas fundamentais para o desenvolvimento e integração regional, o documento ressalta os “corredores bioceânicos”, a hidrovia Paraguai-Paraná, projeto que envolve o Brasil, e projetos de integração energética que busquem a “complementariedade dos recursos energéticos da região”.

A Declaração também aponta que a “educação é uma ferramenta-chave do projeto regional de integração para impulsionar o bem-estar das pessoas, das comunidades e das nações”.

Além disso, busca caminhos para a recuperação econômica dos países do grupo após a pandemia de Covid-19, que “agravou os níveis de pobreza, insegurança alimentar e nutricional, endividamento e desigualdade social”.

A Celac destaca “a importância de priorizar a recuperação econômica sustentável com um enfoque cooperativo, inclusivo, equitativo e solidário”.

A reunião da Cúpula da Celac teve como marca a volta do Brasil ao grupo de países. Jair Bolsonaro tirou o país da Celac em 2020 para enfraquecer os laços entre os países latino-americanos e apontar para a submissão aos interesses dos Estados Unidos.

LULA

O presidente Lula, em discurso feito aos demais líderes latinoamericanos e caribenhos afirmou que o Brasil atuará “em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação”, seguindo sua tradição diplomática que foi “lamentavelmente” quebrada por Bolsonaro.

Segundo ele, a integração regional deve acontecer a partir de investimentos em “infraestrutura física e digital, criação de cadeias de valor entre nossas indústrias e de mais investimento em pesquisa e inovação”.

“Nossa estratégia de desenvolvimento deve caminhar passo a passo com a redução da desigualdade em suas diversas dimensões, com a garantia de direitos fundamentais”, completou o presidente do Brasil.

Papiro (BL)