Venda a varejo de material escolar em lojas da 25 de Março, região central.

O ano começa com as famílias brasileiras, apertadas pela carestia e baixos salários, tendo que se desdobrar para comprar material escolar. De acordo com estimativa da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), os itens estão entre 20% e 30% mais caros em 2023.

Segundo a entidade, que representa grandes fabricantes de material escolar, itens de papel, como os cadernos, terão reajustes de 20% a 30% este ano, enquanto estimam que lápis, borrachas, canetas, mochilas e estojos sofrerão aumentos da ordem de 15% a 20%.

A explicação, de acordo com a entidade, está na inflação: os preços já estavam 11% mais altos em média em dezembro do ano passado, quase o dobro da inflação oficial do país, medida em 5,9%. Nos últimos doze meses, a alta dos produtos de papelaria é de quase 12%, segundo o IPCA.

Com um mercado fortemente dependente de importações, a entidade afirma também que dólar elevado, a redução de capacidade de produção e aumento da demanda internacional são outros fatores que explicam o encarecimento dos materiais. O petróleo, com impacto sobre os combustíveis, também é citado entre as razões para mais um aumento.

“A gente está realmente num momento complicado envolvendo a inflação, os problemas com matéria-prima desses produtos e também a questão do petróleo esbarrando, fazendo com que os produtos fiquem mais caros”, explicou Davi Guedes, advogado da área de Relacionamento do Idec, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, à CBN.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgado esta semana como a “prévia” da inflação de janeiro, aponta para um crescimento de 0,36% no grupo Educação, onde estão reunidos os produtos escolares.

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(BL)