Haddad leva mensagem à elite econômica mundial
Não houve surpresas. Na chegada do Brasil do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), nesta segunda-feira (16), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou os compromissos do terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Haddad, a gestão, iniciada em 1º de janeiro, tem como objetivo retomar o crescimento econômico do País, com responsabilidade fiscal, sustentabilidade ambiental e justiça social.
Porém, como apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teimam em atentar contra o Estado Democrático de Direito, é preciso dar prioridade também à estabilidade política. Os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, atraíram ao País os holofotes da comunidade internacional.
Assim, além das mensagens que a elite econômica do Planeta costuma ouvir, Haddad também leva um “recado político”: o do “compromisso do Brasil em dar suporte para essas jornadas democráticas que o mundo está vivendo, sobretudo na América do Sul, mas reforçando o compromisso do Brasil com o combate a todo tipo de extremismo que vem dando a tônica no último período”.
“A própria maneira como o presidente Lula vem se comportando – e a receptividade que ele vem tendo tanto no Congresso quanto no Judiciário – é a prova de que nós estamos no bom caminho”, disse Haddad a jornalistas, pouco após desembarcar em Davos. É sua primeira viagem internacional desde que ele assumiu o Ministério da Fazenda. O governo brasileiro também será representado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“A sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer”, afirmou Haddad. A contribuição brasileira virá “não apenas em termos da retomada dos compromissos históricos, com o combate ao desmatamento e (o uso de) energia renovável – mas também na pauta do desenvolvimento”.
Criado em 1971 por Klaus Schwab, o Fórum Econômico Mundial mobiliza representações dos principais atores da economia global. A sede do Fórum é em Genebra, mas a programação anual ocorre em Davos. Neste ano, sob o lema “Cooperação em um Mundo Fragmentado”, o Fórum vai até sexta-feira (20).
Haddad declarou que sua agenda será marcada por uma série de rodadas bilaterais. “São encontros muito rápidos e uma frequência enorme – mais de uma dúzia de encontros em dois dias”, resumiu. Na primeira reunião, Haddad esteve com Achim Steiner, chefe do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Na sequência, ele se reuniu com Ilan Godfajn, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Nesta terça (17), Haddad está confirmado no painel “Brasil – Um Novo Roteiro”, que debate “a desaceleração econômica global e os desafios sobre as demandas domésticas”. No dia seguinte, na quarta-feira (18), o ministro irá a um debate sobre as políticas econômicas e o papel da América Latina.