Foto: Agência Brasil

O clima de desconfiança na relação entre o novo governo e setores militares após os atos golpistas de 8 de janeiro tem levado a uma série de demissões de integrantes das Forças Armadas. Portarias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira (25) dispensaram nove militares lotados na vice-presidência da República, além de dois que atuavam no Gabinete de Segurança Institucional. 

Entre os exonerados na vice-presidência estão militares que exerciam funções  no Departamento de Administração e Finanças, na Diretoria de Administração, na assessoria militar e na chefia de ajudância de ordens. 

Já no GSI foram dispensados oficiais que atuavam na área de eventos e cerimonial, bem como no departamento de Gestão. Nesta terça-feira (24), foi exonerado o secretário-executivo Carlos José Russo Assumpção Penteado, ligado ao ex-chefe do GSI sob Bolsonaro, general Augusto Heleno.

As novas exoneração somam-se a outras cinco ocorridas na segunda-feira (22). Além disso, na semana passada, 84 militares deixaram seus postos no Planalto. 

Tais mudanças fazem parte do processo de remodelagem do papel dos militares no atual governo, considerando o aparelhamento que houve durante a gestão Bolsonaro e, sobretudo, o apoio implícito e omissão de setores das Forças Armadas com relação aos acampamentos bolsonaristas nas imediações das áreas militares e aos ataques golpistas ocorridos nas sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. 

Nesse mesmo contexto, no sábado (21), o governo substituiu o então comandante do Exército, general Julio Cesar Arruda, pelo general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. A gota d’água para a troca, além da leniência com relação aos atos golpistas, foi o fato de Arruda não ter cumprido determinação de Lula para que o tenente-coronel Mauro Cid — que foi ajudante de ordem de Bolsonaro e é investigado em dois inquéritos — fosse afastado do comando de um dos batalhões do Exército em Goiânia.