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O segundo terrorista preso, o bolsonarista Alan Diego dos Santos Rodrigues, confessou à Polícia Civil, nesta quinta-feira (19), que recebeu a bomba colocada no caminhão-tanque no acampamento dos aliados de Bolsonaro, armado em frente ao Quartel-General do Exército.

Antes da posse, o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou que os ataques terroristas comprovavam “que tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas”.

Na véspera de Natal, dia 24 de dezembro, a polícia descobriu um explosivo num caminhão e prendeu George Washington Oliveira Souza em flagrante. O motorista do caminhão desconfiou do artefato e alertou a polícia. O veículo ia em direção ao aeroporto de Brasília.

A Polícia Militar detonou o explosivo após o artefato ser encontrado pelo motorista do caminhão-tanque.

George Washington confessou o crime e ainda revelou que teve ao auxílio de Alan Diego e de Wellington Macedo de Souza.

No depoimento à polícia nesta quinta-feira (19), Alan confessou ter colocado o objeto no caminhão pessoalmente e disse que estava acompanhado por Wellington Macedo de Souza – que está foragido. Declarou que o responsável por dar o explosivo, com um temporizador, a ele foi George Washington.

Segundo a Polícia Federal, eles chegaram a acionar o explosivo remotamente, mas a detonação falhou.

Alan passou por interrogatório na sede do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR). Ele será transferido para o Sistema Penitenciário do Distrito Federal e permanecerá à disposição do Poder Judiciário.

George Washington veio do Pará a Brasília para participar dos atos que pediam golpe e em apoio a Jair Bolsonaro (PL), que ocorriam na frente do quartel-general do Exército. Os bolsonaristas montaram o acampamento após o resultado da eleição que deu vitória ao presidente Lula, eleito com mais de 60 milhões de votos. Inconformados, eles tentaram instigar, por meios violentos, as Forças Armadas a ignorarem o resultado e dar um golpe contra o país.

Washington foi localizado e preso em um apartamento no Sudoeste, na região central do DF, e confessou que tinha intenção de explodir o artefato no aeroporto. Com ele, foi apreendido um arsenal com pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas.

O terrorista tinha registro CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), mas em situação irregular. Em seu depoimento, George falou que, caso fosse parado pela polícia na estrada, contaria com a ajuda do grupo Pró-armas para resolver a situação.

Em seu depoimento, ele admitiu que o que o “motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: ‘Um povo armado jamais será escravizado’”.

No depoimento ele ainda revelou que o plano para o atentado terrorista surgiu no acampamento em frente ao QG, e envolvia, no papel, a explosão de uma subestação de energia para atingir a capital.

“Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”, contou George Washington.

O terrorista contou que esperou uma ação de Jair Bolsonaro contra a democracia, mas, “ultrapassado quase um mês, nada aconteceu e então eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de estado de sítio para impedir a instauração do comunismo no Brasil”.

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