Endividados por consignado terão Desenrola Brasil
O endividamento da população brasileira ganhou um novo status quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liberou a contratação de crédito consignado pelos beneficiários do Auxílio Brasil. Com a medida, visando liberar mais dinheiro às vésperas das eleições, Bolsonaro incentivou o endividamento de milhões de pessoas.
Para desfazer este ambiente caótico criado pelo antigo governo, o atual ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, indicou que os endividados pelo crédito consignado serão incluídos no Desenrola Brasil – programa anunciado na campanha por Lula (PT) para negociação de dívidas.
“Essas pessoas precisam de um auxílio não só para regularizar a vida, mas são importantes também como fator econômico. É essencial trazer essas pessoas de volta para a economia”, disse Wellington Dias.
O Desenrola Brasil auxiliará as pessoas que tem desconto do crédito no valor mensal do antigo Auxílio Brasil, que voltará a ser chamado de Bolsa Família. Mas além disso o programa visa atender a soma dos endividados brasileiros que está estimada em 80 milhões de pessoas.
A liberação do consignado foi alvo de inúmeras críticas e chegou a ser barrado por curto período pela Caixa Econômica por orientação do Tribunal de Contas da União (TCU).
De acordo com os números trabalhados pelo ministério com estudos feitos pelo grupo de transição de governo, cerca de 3,5 milhões de pessoas contrataram o consignado com cerca de R$ 9,5 bilhões em dívidas realizadas até novembro.
Os juros cobrados para quem pegou o consignado foi de até 3,5% ao mês (51,11% ao ano), com parcelamento em até 24 vezes limitado a 40%, considerando o valor anterior de R$ 400 do auxílio. Com isso, as parcelas máximas descontadas são de R$ 160.
Desenrola Brasil
Segundo informações divulgadas durante a campanha de Lula, o programa Desenrola Brasil visa renegociar débitos para que as pessoas possam limpar seus nomes. Para isso, em dívidas no comércio ou em contas do dia a dia, ou seja, não bancárias, o governo irá criar um fundo garantidor de crédito. Assim, os credores participantes têm a garantia de recebimento, em troca oferecem melhores descontos para quem quer saldar o débito.
No caso das dívidas bancárias, como no caso do crédito consignado, o governo visa a criação de condições para descontos e prazos para pagamento no cartão de crédito, cheque especial e crédito pessoal por meio de depósitos compulsórios do Banco Central. A ideia é dar mobilidade ao dinheiro depositado pelos bancos para que as instituições públicas e privadas possam renegociar dívidas.
*Com informações g1