China, Rússia, Índia e África do Sul repudiam ataque bolsonarista à democracia
A China “se opõe firmemente ao ataque violento contra as sedes dos Três Poderes no Brasil”, afirmou na segunda-feira (9) o porta-voz da chancelaria, Wang Wenbin, acrescentando que Pequim está “acompanhando cuidadosamente a situação”.
Em repúdio ao terrorismo bolsonarista em Brasília, Wang reiterou que a China “apoia as medidas tomadas pelo governo brasileiro para acalmar a situação, restaurar a ordem social e preservar a estabilidade nacional”.
A Rússia, através da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, também condenou os atos fascistas: “Procedemos da inadmissibilidade de tentativas de violação da ordem constitucional. Expressamos nosso apoio ao presidente do Brasil, Lula, que tomou posse em 1º de janeiro”.
“Condenamos da maneira mais firme as ações dos instigadores de distúrbios e apoiamos plenamente o presidente brasileiro Lula da Silva”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em sua fala diária a repórteres.
A sanha golpista também foi repudiada pelo governo da Índia que, junto com Brasil, Rússia, China e África do Sul, constituem o BRICS. Em mensagem a Lula, o primeiro-ministro Narendra Modi manifestou “total apoio às autoridades brasileiras”, dizendo-se “profundamente preocupado com as notícias de motins e vandalismo” e assinalando que as tradições democráticas “devem ser respeitadas por todos”.
África do Sul condena veementemente os eventos ocorridos no Brasil neste domingo, 8 de janeiro de 2023, que viram desordeiros invadirem as sedes do Congresso e do Supremo Tribunal na capital, Brasília”, adiantou em comunicado o Ministério das Relações Externas da África do Sul.
“A África do Sul nota que a maioria do povo do Brasil aceitou o resultado das eleições gerais livres e justas do ano passado. As ações dos manifestantes não conseguirão comprometer a vontade da maioria”, adiantou.
A nota conclui que “a África do Sul reafirma o seu reconhecimento e confiança no governo democraticamente eleito do Presidente Lula da Silva”.
Declarações de apoio à democracia e ao governo Lula e contra as ações fascistas vieram de todas as partes do mundo: América Latina, EUA, Europa, Oriente Médio e Ásia.
Através de comunicado, o Itamaraty agradeceu “às numerosas manifestações de apoio e solidariedade da comunidade internacional, através de vários canais, face à violência golpista registrada no domingo na Esplanada dos Ministérios em Brasília”.
Tal apoio internacional – enfatiza a nota – “representou um reconhecimento da força das instituições democráticas do Brasil”.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores brasileiro mensagens recebidas desde domingo representam um “repúdio unânime e vigoroso dos países e organizações internacionais pelos atos de terrorismo e de vandalismo que chocaram o Brasil e o mundo”.
O ministério acrescentou que o Estado brasileiro responderá adequadamente à gravidade dos crimes ocorridos e que o governo continuará a agir em conformidade com a Constituição de 1988, que permitiu ao país experimentar o “mais longo período de coexistência democrática da sua história republicana”.
Papiro (BL)