Celac destaca integração, democracia e pede fim do bloqueio a Cuba
Realizada na Argentina, a 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) terminou na terça-feira (24) com a aprovação da Declaração de Buenos Aires (confira) e mais 11 declarações especiais.
A edição marcou a volta do Brasil após Bolsonaro ter tirado o país desse fundamental encontro para a integração regional. Participaram da Cúpula 33 países que aprovaram o documento final com uma saudação ao retorno do Brasil ao bloco edestaque para o compromisso brasileiro com a unidade e o trabalho conjunto pela região.
Além disso, foi celebrada a candidatura do Brasil para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), em 2025, na cidade de Belém.
A Declaração de Buenos Aires tem 28 páginas e 111 tópicos, dentre os quais é ressaltado o compromisso com a integração regional, com a democracia, com a proteção e o respeito aos direitos humanos e pelo combate à desinformação, que induz a radicalização política.
O documento também traz como abordagem a recuperação econômica pós-pandemia, focada na segurança alimentar e energética, assim como os compromissos para o meio-ambiente, educação, ciência e tecnologia, distribuição de vacinas e migrações.
Ficou designado que a presidência da Celac em 2023 será do país caribenho São Vicente e Granadinas, primeira nação de língua inglesa a assumir o cargo.
Declarações especiais
A Cúpula da Celac aprovou 11 declarações especiais (confira aqui). Entras as declarações aprovadas constam: a reiteração sobre a soberania Argentina sobre as Ilhas Malvinas, o combate ao terrorismo, o apoio ao desarme nuclear e sobre o combate ao tráfico de armas de fogo.
Outras declarações são sobre a integração energética regional, sobre a harmonia com o meio ambiente, conservação dos oceanos, sistemas alimentares tradicionais, preservação de línguas indígenas e empoderamento das mulheres e igualdade de gênero.
Fim do bloqueio a Cuba
A Declaração de Buenos Aires reiterou o pedido para o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba.
Nesse sentido, a Celac também aprovou uma declaração especial sobre o tema (veja aqui). Nela é solicitado que o bloqueio impetrado pelos Estados Unidos acabe.
No documento consta que o bloqueio é contrário aos princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional. É reiterada a preocupação com o bloqueio pelo contexto da pandemia de Covid-19, que impactou negativamente Cuba em suas transações internacionais, prejudicando a população.
Ademais, os países da Celac reforçaram o rechaço à arbitrária inclusão de Cuba, de forma unilateral pelos EUA, na lista de países patrocinadores do terrorismo e solicitam a exclusão do país da infame lista. Por fim, é salientado que o bloqueio provoca graves danos aos bem-estar do povo cubano e que a ONU também já aprovou resolução que pede o fim das sanções impostas pelos Estados Unidos.